Bebê tem pés queimados ao ser levado de UTI para quarto de hospital
Segundo a mãe do neném, identificado como Miguel, o menino foi levado em pé em um berço junto com uma garrafa térmica, que vazou água quente
© Arquivo Pessoal
Brasil Distrito Federal
Um bebê de apenas um ano sofreu queimaduras de segundo grau nos dois pés dentro do Hospital Brasília, no Lago Sul, durante a transferência da UTI para o quarto, após 14 dias de internação por causa de uma otite.
Segundo a mãe de Miguel, a publicitária Fernanda Aguiar, de 34 anos, o menino foi levado em pé em um berço junto com uma garrafa térmica, que vazou água quente. O líquido atingiu o menino. Segundo a unidade de saúde, um comitê interno foi instalado para apurar os fatos.
A mãe afirmou ao G1 que vários erros aconteceram nos dias em que o filho esteve internado, desde alimentação errada até má prestação de serviços. Segundo Fernanda, a criança tem alergia à proteína do leite e era sempre oferecido mingau com lactose, por exemplo. E que nos últimos dias, foi descoberto que Miguel estava com pneumonia e que a otite tinha se agravado.
“Quando cheguei até o hospital e vi o jeito que as queimaduras estavam, entrei em choque. Ele estava desfalecido, todo molinho e suado de tanto chorar", contou Fernanda ao portal.
O transporte do paciente dentro do berço é um procedimento do Hospital de Brasília. A medida ocorre, segundo a mãe da criança, porque carregar o neném no colo pode colocá-lo em risco de queda. Fernanda disse que Miguel foi transportado em pé, com todos os objetos pessoais – mala, sacola de brinquedos e caixa de fraldas – e a garrafa térmica.
"O berço virou um caminhão de mudanças. As coisas dele estavam há 14 dias no chão, porque não havia lugar para colocar. A garrafa térmica, que era o único jeito de esterilizar as mamadeiras, estava fervendo. A enfermeira responsável pela UTI Pediátrica autorizou e acompanhou a transferência nessas condições. Foi uma sessão de terror, erros primários que ocasionaram em queimaduras de 2° grau."
Após o episódio, um cirurgião plástico conversou com os pais e fez curativos. Porém, segundo Fernanda, o Hospital Brasília não se pronunciou e nem pediu desculpas pelo erro. Ela registrou um boletim de ocorrência e pretende entrar na Justiça contra a empresa.
O Hospital de Brasília informou ao
G1, através de nota, que está prestando todo o atendimento para tornar a recuperação de Miguel mais breve possível. Segundo a empresa, a criança está sendo acompanhada por equipe de cirurgia plástica e permanecerá com estes cuidados até recuperação total.