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BNDES terá participação minoritária na Cedae, mas com poder de veto

O processo consistirá de um empréstimo de até R$ 3,5 bilhões ao governo do Rio de Janeiro, deve levar entre 60 e 90 dias. O valor depende da avaliação do ativo da empresa

BNDES terá participação minoritária
 na Cedae, mas com poder de veto
Notícias ao Minuto Brasil

16:32 - 28/07/17 por Folhapress

Economia Privatização

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende ser sócio minoritário da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), mas com poder de veto (golden share).

O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse nesta sexta-feira (28) que prevê participação do banco em até 49% das ações após a privatização da empresa carioca. As informações são da Agência Brasil.

O processo consistirá de um empréstimo de até R$ 3,5 bilhões ao governo do Rio de Janeiro, deve levar entre 60 e 90 dias. O valor depende da avaliação do ativo da empresa.

Nesta fase, a participação majoritária será de instituições financeiras do setor privado. O BNDES será agente financeiro da operação de crédito, com participação módica", segundo o presidente, apenas na parte que envolve investimento de capital.

As medidas foram anunciadas após reunião na sede do banco, no centro do Rio, entre Rabello de Castro, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.

O prazo para aquisição final da companhia não foi estipulado por depender de restruturações institucionais do próprio BNDES, mas a expectativa do governo estadual é que o empréstimo antecipado seja depositado em setembro, informou o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa.

Segundo Paulo Rabello de Castro, o BNDES exige algumas precondições para participar da operação, como a inclusão dos 64 municípios que recebem os serviços da Cedae e dos empregados da empresa no processo de privatização.

"Precisamos de razoáveis garantias de que essa empresa atende a legítimos interesses dos empregados que, ao logo de décadas, trouxeram a Cedae ao ponto que ela está." O presidente do BNDES destacou também a questão da sustentabilidade ambiental, além de garantias de pacto efetivo para aumentar a eficiência de prestação de serviços aos usuários. A ideia é que os empregados e os municípios tornem-se sócios da empresa, disse Castro.

Ele frisou que a participação do banco no processo de desestatização da Cedae não é para fazer um "remendo financeiro", e sim para buscar solução estruturante de mercado para o estado.

"O banco não vende boias de salva-vidas. A operação busca a retomada do desenvolvimento do estado e, portanto, da sua arrecadação, sem o que o secretário de Fazenda não conseguirá fechar qualquer conta".

Castro disse acreditar que o BNDES conseguirá atender às necessidades financeiras no fluxo de caixa no estado, embora o foco da instituição seja a retomada do desenvolvimento do estado com a geração de empregos.

O acordo de recuperação fiscal do Rio foi homologado na manhã desta sexta-feira. Na próxima segunda-feira (31), o governo do estado apresentará o plano de recuperação fiscal, que deve ser homologado em até 20 dias.

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No dia 14 de agosto, o BNDES fará um certame para que seja avaliada a alienação futura da Cedae. A venda da Cedae foi estabelecida como contrapartida da União para prestar socorro financeiro ao estado do Rio, que enfrenta problemas econômicos desde 2015, com reflexos na segurança pública e no pagamento dos salários dos servidores, atrasados há vários meses.

Empregados da Cedae protestavam na porta do BNDES contra o anúncio de privatização. Para o representante do Sindicato de Saneamento da Cedae e empregado da empresa Ary Girota, a privatização trará apenas perdas para a população.

"A Cedae hoje tem expectativa de arrecadar R$1 bilhão em lucros que poderiam ser revertidos para universalizar o saneamento. Se for privatizada, esse R$1 bilhão vai ser utilizado para o capital privado e lucro de seus acionistas". Com informações da Folhapress.

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