Presidente do Santos na época da conturbada venda de Neymar ao Barcelona, Odílio Rodrigues Filho foi expulso do clube há 15 dias, por definição do Conselho Deliberativo, sob a alegação de gestão temerária - além dele, outros oito dirigentes foram afastados.

Após um período em silêncio, Odílio conversou com o blog Panorama Esportivo, do jornal O Globo, e deus mais detalhes do que considerou uma traição do pai do jogador, responsável pela gestão da carreira do atleta.

Segundo o dirigente, Neymar foi vendido num momento adverso dele no Santos e também na seleção brasileira, chegando a ser vaiado em algumas partidas. Como corria o risco de deixar o clube de Graça, o atacante foi vendido ao Barcelona por 17 milhões e euros, segundo Odílio. Porém, o presidente do Barça à época declarou que a venda havia envolvido de 57 milhões de euros.

"Isso gerou uma desconfiança muito grande. Enviamos uma carta para o clube e para a Fifa questionando o destino desse dinheiro, e foi nos respondido apenas que os outros

€

40 milhões haviam sido pagos 'aos protagonistas'. O Fisco espanhol entrou em ação, e o pai do Neymar disse que havia recebido a diferença em contratos sigilosos. Mandamos um ofício para ele comparecer ao Santos, mas nunca respondeu. Entramos na Justiça para ter acesso aos documentos, mas perdemos. Contratamos um advogado na Espanha, e acabou o meu contrato”, explicou o ex-presidente do Santos ao blog.

O dirigente disse também que tanto ele quanto o Santos foram “traídos” pelo pai do jogador. “Do ponto de vista ético, o pai dele cometeu um erro grave ao assinar contrato com o Barcelona sem o Santos saber. O que ele fez é altamente reprovável e imperdoável.”