Uma das atrações infantis dos anos 1980, Bozo tinha um caso com Gretchen, alçada a status de estrela cantando “conga, conga, conga” em programas infantis que davam close em sua bunda. Para completar os excessos da época, na mão do palhaço pululavam trouxinhas de cocaína, que ele cheirava a ponto de precisar entrar no ar com algodão no nariz, para estancar sangrias.

A trajetória de Arlindo Barreto, 62 anos, é um exemplo dos muitos excessos dos anos 1980. No Brasil, foi ele o mais polêmico intérprete do bufão criado nos EUA – por aqui apelidado de Bozo Bozoca Nariz de Pipoca.

Semelhanças com a vida real não são mera coincidência em “O Rei das Manhãs”. Com Vladmir Brichta no papel principal, e com “benção” de Arlindo, a produção de R$ 8,5 milhões da Gullane Filmes conta a história desse Bozo sem jamais citar seu nome, informa a Folha de São Paulo.

O Palhaço é uma marca americana com direitos autorais protegidos. Segundo informa a Folha de São Paulo, embora as referências sejam todas bem óbvias, outros nomes também foram omitidos no flme. Bozo, o Arlindo, vira Bingo, o Augusto. Seu programa no TVP (SBT) duela por audiência com o “Show da Lulu” (Xuxa), da Mundial (Globo).

Do elenco principal, só Gretchen tem permissão para se chamar Gretchen mesmo, interpretada por Emanuelle Araújo. O elenco ainda traz Leandra Leal (diretora de Bingo), Ana Lúcia Torre (sua mãe), Pedro Bial (um executivo de TV) e Domingos Montagner (um palhaço, o que o ator também é fora das telas).

Em sua estreia na direção de longas, o conhecido montador de “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”, Daniel Rezende diz na Folha que quis fazer algo “meio Birdman”. Nele, Michael Keaton é um ator sufocado por seu maior personagem, em alusão ao Batman que o americano de fato viveu nos anos 1990.