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Morre aos 106 anos o homem que salvou 669 crianças judias

Nicholas foi homenageado várias vezes e a sua vida foi transportada para livros e filmes, tendo sido comparado a Schindler, o alemão que salvou 1200 judeus

Morre aos 106 anos o homem que salvou 669 crianças judias
Notícias ao Minuto Brasil

18:10 - 01/07/15 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo Holocausto

O Rotary club de Maidenhead (sul) anunciou a morte de Sir Nicholas Winton, conhecido como o "Schindler britânico", que salvou 669 crianças tchecas e eslovacas, judias em sua maioria, de uma morte certa nos campos de concentração nazistas.

Sir Nicholas Winton estava com 106 anos. Ele contribuiu entre março e agosto de 1939, para levar a seu país em oito trens 669 crianças. Um nono comboio, programado para partir em 3 de setembro com 250 crianças, foi bloqueado pela entrada da Grã-Bretanha na guerra e todas as crianças desapareceram.

"É com grande tristeza que devo anunciar que Sir Nicky Winton faleceu tranquilamente esta manhã", indica um comunicado publicado no site do clube do qual Sir Winton era membro.

"O mundo perdeu um grande homem. Não podemos esquecer jamais a humanidade demonstrada por Sir Nicholas Winton ao salvar tantas crianças do Holocausto", reagiu o primeiro-ministro britânico David Cameron em sua conta no Twitter.

"Ele sempre será um símbolo da coragem, de profunda humanidade e incrível humildade", declarou por sua vez o primeiro-ministro tcheco Bohuslav Sobotka, também no Twitter.

A publicação do G1 lembra que no ano passado, Sir Nicholas Winton recebeu a Ordem do Leão Branco, a mais alta distinção tcheca das mãos do presidente Milos Zeman. "Ele era um homem admirado por sua coragem", afirmou nesta quarta-feira.

O texto cita que no final de 1938, o então jovem funcionário da Bolsa de Londres, Nicholas Winton foi para Praga a convite de um amigo que trabalhava na embaixada britânica. Ele pediu-lhe ajuda quando parte da Tchecoslováquia caiu nas mãos dos nazistas e que campos de refugiados foram criados.

Winton abriu um "escritório" em um hotel de Praga, recebendo pais judeus desesperados em colocar seus filhos em um local seguro. A tarefa era difícil: obter um visto para a Grã-Bretanha, encontrar para cada criança uma família adotiva e levantar fundos para o transporte por trem.

No que dependia dele, a sua história nunca chegaria a ser conhecida. O feito foi descoberto pela mulher, em uma visita ao sotão, onde encontrou um álbum de fotografias velho e cheio de poeira, que Winton explicou tratar-se das crianças que salvou, após terem sido abandonadas pelos pais e que estavam destinadas às câmaras de gás do Holocausto.

Nicholas foi homenageado várias vezes e a sua vida foi transportada para livros e filmes, tendo sido comparado a Schindler, o alemão que salvou 1.200 judeus. A partir de 2003, passou a ser apelidado de 'Senhor Winton' em toda a Inglaterra, tendo até sido condecorado pela raínha Isabel II pelo seu ato heróico.

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