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Ambiguidade dos EUA sobre Mianmar se reflete na cobertura jornalística

Joe Biden não admite publicamente, mas seus assessores, registrou o NYT, "reconhecem que precisam organizar a campanha de pressão de forma que não leve os generais ainda mais para os braços da China"

Ambiguidade dos EUA sobre Mianmar se reflete na cobertura jornalística
Notícias ao Minuto Brasil

06:04 - 12/02/21 por Folhapress

Mundo MIANMAR-GOVERNO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Há cerca de uma semana, o governo americano decidiu chamar o golpe militar em Mianmar de "golpe". E o Facebook tirou do ar a página das forças armadas do país.

Na sequência, o governo militar tirou do ar o Facebook, por inteiro. E deu de ombros para os EUA.
Passada a semana, na chamada do New York Times, "Biden impõe sanções aos generais que organizaram o golpe", em sua primeira "ação concreta".

Porém, do banimento na rede social aos enunciados ameaçadores na imprensa, nada era novo: o general agora presidente já havia perdido seu perfil no Facebook, quase três anos atrás; e os chefes militares já haviam sido sancionados por Donald Trump.

Joe Biden não admite publicamente, mas seus assessores, registrou o NYT, "reconhecem que precisam organizar a campanha de pressão de forma que não leve os generais ainda mais para os braços da China".

A ambiguidade de Washington se reflete na cobertura americana e ocidental.

Nos dias que se seguiram ao golpe, o mesmo NYT se dividiu entre questionar os generais ou a líder civil em prisão domiciliar, Aung San Suu Kyi. Sobre ela, foram publicados textos como "Em Mianmar, um culto à personalidade encontra a sua queda".

O outro gigante asiático com investimentos no país, o Japão, já sob pressão dos EUA para agir, vem acompanhando os acontecimentos com a mesma hesitação.

O financeiro Nikkei, no último fim de semana, noticiou que as "Fábricas japonesas voltam ao normal" em Mianmar e o "Japão busca diálogo com militares após golpe".

Jornal hoje controlado pelo mesmo Nikkei, o Financial Times explicitou em editorial que o Japão, "grande investidor em Mianmar, com empresas como Toyota e Mitsubishi", não deveria sair.

O resultado seria o governo militar "simplesmente procurar investimento noutro lugar".

Escrevendo no South China Morning Post e destacado no NYT, Kishore Mahbubani, analista e ex-diplomata de Cingapura, sugere que a saída para Mianmar pode estar numa primeira colaboração entre Biden e Xi Jiping -que não quer confusão na vizinhança.

Mahbubani lembra que foi a rejeição e o isolamento de Aung San Suu Kyi pelos países ocidentais, imprensa inclusive, que encorajou os generais a derrubá-la.

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