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Advogado de ex-policial condenado pela morte de Floyd pede novo julgamento

O pedido foi enviado duas semanas após o veredicto do júri, que condenou Chauvin em três categorias de homicídio

Advogado de ex-policial condenado pela morte de Floyd pede novo julgamento
Notícias ao Minuto Brasil

06:15 - 05/05/21 por Folhapress

Mundo Justiça

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado de Derek Chavin, ex-policial de Minneapolis condenado pelo assassinato de George Floyd, após ajoelhar sobre seu pescoço por quase dez minutos, entrou com uma série de moções nesta terça-feira (4) pedindo um novo julgamento por vários motivos –incluindo má conduta do júri.

O pedido foi enviado duas semanas após o veredicto do júri, que condenou Chauvin em três categorias de homicídio. O caso, registrado em vídeo em 25 de maio do ano passado, fez eclodir uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial nos EUA e em mais de 60 países. A sentença foi dada por um grupo de 12 jurados, depois de um julgamento que levou três semanas.

Em uma série de moções apresentadas ao juiz distrital Peter Cahill, o advogado Eric Nelson disse que Chauvin não recebeu um julgamento justo por várias razões que incluem a decisão do juiz de recusar os pedidos da defesa para mover o caso para fora do condado de Hennepin (onde Minneapolis está localizada) devido à publicidade do caso e de não isolar o júri durante o julgamento. O advogado ainda diz que o júri se sentiu ameaçado e intimidado.

A moção já era esperada e é uma medida comum após condenações criminais no país.

Uma foto de um dos jurados participando da marcha de aniversário do discurso Martin Luther King Jr. circulou nas redes sociais nos últimos dias, o que resultou em comentários sobre uma possível razão para que o veredicto seja anulado. Especialistas ouvidos pelo New York Times, no entanto, dizem que é altamente improvável que Chauvin ganhe uma apelação.

Antes do julgamento, todos os jurados em potencial foram solicitados a preencher um questionário que perguntava se eles ou alguém próximo a eles "participaram de protestos sobre o uso da força ou a brutalidade policial".

Brandon Mitchell, o único jurado a falar publicamente depois de condenar Chauvin, disse ao jornal local The Star Tribune que havia respondido não à pergunta. Ele disse que estava no comício em Washington para homenagear o ativista e a luta pelos direitos civis e que não via isso como uma marcha contra a brutalidade policial.

Os jurados não foram identificados publicamente. O que se sabe a partir dos autos é que o grupo era composto por quatro mulheres brancas, dois homens brancos, três homens negros, uma mulher negra e duas mulheres que se identificam como multirraciais.

O juiz Cahill pode convocar uma audiência para questionar Mitchell e investigar se ele mentiu em seu questionário. Mas, mesmo se Cahill determinasse que Mitchell intencionalmente enganou o tribunal em seu questionário, isso provavelmente não seria suficiente para rejeitar o veredicto.

As audiências começaram em 29 de março, e foram ouvidas 45 testemunhas, entre policiais, especialistas médicos e transeuntes que presenciaram a abordagem policial.

Ao apresentarem o caso ao longo de mais de duas semanas, os promotores reuniram testemunhas emocionadas, policiais que afirmaram que as ações de Chauvin violaram as políticas do departamento de polícia e especialistas médicos que disseram ao tribunal que Floyd, 46, morreu de asfixia.

Chauvin se declarou inocente de todas as acusações e renunciou ao seu direito de testemunhar perante os jurados. Seu advogado de defesa disse que Chavin havia se comportado como qualquer "policial razoável", argumentando que ele seguiu seu treinamento de 19 anos na força.

A duração da pena ainda será anunciada. Chauvin pode pegar até 40 anos de prisão. Como ele é réu primário, uma condenação do tipo geralmente levaria a 12 anos e meio de detenção, mas os promotores podem pedir a ampliação da condenação, com base em agravantes.

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