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Grupo rival diz que líder do Boko Haram cometeu suicídio

Uma pessoa que se identifica como o líder do Iswap, Abu Musab al-Barnawi, diz na gravação que Shekau morreu em 18 de maio depois de detonar um explosivo enquanto estava sendo perseguido pelos rivais

Grupo rival diz que líder do Boko Haram cometeu suicídio
Notícias ao Minuto Brasil

05:41 - 07/06/21 por Folhapress

Mundo ABUBAKAR-SHEKAU

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grupo militante Estado Islâmico da Província da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês) disse, em gravações de áudio obtidas pelas agências de notícias AFP e Reuters neste domingo (6), que Abubakar Shekau, líder da facção islâmica nigeriana Boko Haram, cometeu suicídio durante um combate entre membros dos dois grupos.

Uma pessoa que se identifica como o líder do Iswap, Abu Musab al-Barnawi, diz na gravação que Shekau morreu em 18 de maio depois de detonar um explosivo enquanto estava sendo perseguido pelos rivais.

"Abubakar Shekau, Deus o julgou enviando-o para o céu", diz o homem. "Shekau preferiu ser humilhado na vida após a morte a ser humilhado na Terra, e ele se matou instantaneamente detonando um explosivo."

Na gravação, ele explica que seus combatentes perseguiam Shekau por ordem da liderança do grupo. Ao líder do Boko Haram teria sido oferecida a chance de se render e se juntar ao Iswap, mas a oferta foi recusada.

No mês passado, autoridades nigerianas produziram um relatório de inteligência afirmando que Shekau estava morto ou, ao menos, gravemente ferido. Segundo o documento, os militantes do Iswap teriam exigido que Shekau fizesse um juramento de lealdade a Al-Barnawi.

O que aconteceu depois tem duas versões diferentes: em uma delas, o líder do Boko Haram teria usado uma arma, uma granada ou um tipo de cinto para tirar a própria vida. Outra versão, de acordo com o jornal britânico The Guardian, assemelha-se mais ao relato no áudio divulgado neste domingo, ao dizer que Shekau teria detonado explosivos na casa em que estava escondido com seus homens.

Segundo analistas políticos, a morte de Shekau pode levar ao fim de uma rivalidade violenta entre os dois grupos, permitindo que o Iswap absorva os combatentes do Boko Haram e consolide seu domínio no nordeste da Nigéria. Isso permitiria ao Iswap concentrar sua ação no governo e nas Forças Armadas, cujos esforços de guerra estão se esgotando.

Shekau, cuja morte já havia sido anunciada em outras ocasiões, é considerado o responsável por liderar a transformação do Boko Haram de uma seita islâmica clandestina em 2009 em uma insurgência completa, matando, sequestrando e saqueando em todo o nordeste da Nigéria.

Estima-se que o grupo tenha matado mais de 30 mil pessoas, forçado cerca de 2 milhões a fugir de suas casas e gerado uma das piores crises humanitárias do mundo.

Já o Iswap fazia parte do Boko Haram, mas há cinco anos se separou dele jurou fidelidade ao Estado Islâmico -a ruptura ocorreu por divergências sobre o assassinato de civis pelo grupo.

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