Na PF, Delcídio diz que recebeu filho de Cerveró 'por questão humanitária'
A conversa entre o filho de Cerveró, um advogado dele, Edson Ribeiro, e Delcídio ocorreu no início de novembro, no momento em que a delação estava sendo negociada com o Ministério Público
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Política Depoimento
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso por suspeita de obstrução à Operação Lava Jato, declarou à Polícia Federal nesta quinta-feira (26) que por uma “questão humanitária” e para “dar uma palavra de conforto” manteve reuniões com o filho do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo. Entretanto, o parlamentar petista negou ter cometido irregularidades ou tentado prejudicar a investigação. As declarações foram feitas pelo advogado de Delcídio, Maurício Silva Leite, informou a Folha de São Paulo.
A conversa entre o filho de Cerveró, um advogado dele, Edson Ribeiro, e Delcídio ocorreu no início de novembro, no momento em que a delação estava sendo negociada com o Ministério Público.
O parlamentar disse, no depoimento à PF, que foi procurado pelo filho de Cerveró para que “intercedesse” em habeas corpus impetrados em tribunais superiores em favor de seu pai. Delcídio foi ouvido cerca de quatro horas e depoimento foi prestado a dois procuradores da República e um delegado federal na Superintendência da PF em Brasília,
Segundo a Folha, Delcídio disse que anotou os pedidos e prometeu “encaminhá-los”, mas afirmou que “jamais” discutiu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) o andamento dos processos relativos a Cerveró.
Ainda em depoimento à PF, o senador preso disse que nos últimos anos manteve reuniões apenas “institucionais”, com ministros do STF e “ultimamente” e “nos últimos meses” não se reuniu com nenhum dos ministros citados na gravação, Teori Zavascki, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.