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Este assunto não deve ser politizado, diz Lira sobre acusações de agressão feitas por ex-mulher

Lira afirma que foi inocentado na Justiça das acusações da ex-mulher.

Este assunto não deve ser politizado, diz Lira sobre acusações de agressão feitas por ex-mulher
Notícias ao Minuto Brasil

18:45 - 18/01/21 por Folhapress

Política ARTHUR-LIRA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Candidato à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) disse nesta segunda-feira (18) que "não há contemporaneidade nem verdade" nas acusações feitas ao jornal Folha de S.Paulo por sua ex-mulher Jullyene Lins.

O líder do centrão, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda avaliou que o assunto "não deve ser politizado".


Em entrevista publicada na semana passada, Jullyene afirmou que Lira a agrediu fisicamente e depois a ameaçou para que mudasse um depoimento sobre acusações que ela havia feito contra ele.


Lira afirma que foi inocentado na Justiça das acusações da ex-mulher. "Você, a Folha e o Brasil sabem que aquele assunto foi julgado e arquivado por improcedência e [eu fui] inocentado por unanimidade. Esse assunto é requentado a cada eleição e não é um assunto que eu fique à vontade porque este assunto não deve ser politizado por uma pessoa exposta, como é qualquer político num momento desse", afirmou após ser questionado pela Folha de S.Paulo em entrevista coletiva.


"Todo jogo baixo, todo jogo vil, nesse momento eleitoral, é rechaçado por homens e mulheres", afirmou. "Notícias requentadas nesse momento, no jogo baixo, não é para se tratar aqui. Tudo isso já foi resolvido há anos."


Em 2006, a ex-mulher de Lira apresentou queixa por lesão corporal contra o então deputado estadual à Polícia Civil.


Ela afirmou no depoimento que, após ficar sabendo que ela estava se relacionando com outro homem, depois da separação, Lira foi até sua residência e a agrediu com tapas, chutes, pancadas e "arrastada pelos cabelos, tendo sido muito chutada no chão".
Jullyene anexou fotos das lesões ao processo e o caso foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal). Depois, porém, Julyenne mudou a versão da história, assim como todas as testemunhas, e disse que fez a denúncia "por vingança". Em 2015, Lira foi inocentado do caso.


À Folha de S.Paulo Julyenne disse que o deputado a pressionou e a ameaçou para que ela mudasse o depoimento que fez à Justiça.


"Me agrediu, me desferiu murro, soco, pontapé, me esganou", disse. "Ele me disse que onde não há corpo, não há crime, que 'eu posso fazer qualquer coisa com você'."


Nesta segunda, Lira negou as acusações, mas evitou comentar detalhes. "Não tem absolutamente contemporaneidade nem verdade nesses fatos. E, como mãe dos meus filhos, quero até preservá-la em respeito a eles", afirmou o deputado.


Jullyene foi casada por dez anos e tem dois filhos com Lira. Em outubro passado, Julyenne solicitou à Justiça de Alagoas medidas protetivas contra o deputado.


Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu enviar à Vara de Violência Doméstica do Distrito Federal acusações feitas por ela sobre Lira em uma ação de injúria e difamação de 2020.


Ela anexou no processo o laudo da análise feita pelo IML (Instituto Médico-Legal) que constavam da denúncia de lesão corporal.


Lira recorre da decisão de Barroso, baseada em pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que o caso fosse enviado a um juizado de Violência Doméstica.


Em 2007, Julyenne fez outra denúncia contra Lira, desta vez por ameaça. Segundo a acusação, a ex-mulher afirmou que Lira disse à babá que "os seus dias estavam contados" e que iria buscar o filho menor, mesmo sem sua permissão. A babá confirmou a denúncia, e Lira foi indiciado no Tribunal de Justiça de Alagoas.


O desembargador Orlando Monteiro Cavalcanti aceitou a denúncia, em dezembro de 2007, e proibiu Lira de manter contato pessoal, telefônico, por escrito, ou qualquer outro meio com a vítima, seus familiares, ou testemunhas do caso.


Lira teria se recusado a aceitar a ordem dizendo ao oficial de Justiça "eu recebo já essa merda". Depois disso, o desembargador o enquadrou no crime de coação no curso do processo e mandou prender Lira.


O caso também foi parar no STF, mas prescreveu, e o deputado não recebeu punição.


Em nota assinada por seu advogado, Lira afirma que o conteúdo das declarações de sua ex-mulher é "requentado" e que ele foi absolvido das acusações dela pelo STF.


"O resultado deste processo é de conhecimento público, inclusive, por parte deste veículo de comunicação, de forma que, a repetição e veiculação da falsa acusação, atrai a responsabilidade penal e cível não só de quem a pratica, mas também de quem a reproduz, ante a inequívoca ciência da sua falsidade", disse a nota assinada pelo advogado Fábio Ferrario.


Ela também acusou Lira de ocultação de bens - segundo ela, o deputado tem um patrimônio de R$ 11 milhões. A denúncia foi enviada ao Ministério Público de Alagoas, que investiga o caso.


Além disso, Lira, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na eleição para a presidência da Câmara em fevereiro, responde a dois processos no STF.


Um deles é sob acusação de corrupção passiva, em denúncia oferecida em abril de 2018 pela PGR.


Lira, segundo o órgão, teria recebido propina de R$ 106 mil do então presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Transportes Urbanos), Francisco Colombo, em 2012. Em troca, teria prometido apoio político para se manter no cargo.


O valor foi apreendido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com um assessor parlamentar de Lira, que tentava embarcar para Brasília com o valor escondido nas roupas. Em novembro, a 1ª Turma do STF rejeitou um recurso do parlamentar e decidiu mantê-lo como réu.


O deputado também responde ao inquérito chamado "quadrilhão do PP", por suposta participação em esquema de desvios da Petrobras. De acordo com a acusação, desdobramento da Lava Jato, integrantes da cúpula do PP integrariam uma organização criminosa, com ascendência sobre a diretoria da Petrobras, e que desviava verbas em contratos da estatal.


A denúncia foi aceita pela 2ª Turma do Supremo, em junho de 2019, mas a ação penal ainda não começou a tramitar.

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