Silvana Lagnado Hucke, empresária de 53 anos, negou nesta sexta-feira que tenha prestado qualquer serviço para campanhas políticas coordenadas pelo casal.

Segundo o jornal O Globo, Silvana recebeu 200 mil dólares pagos por meio da conta secreta que o marqueteiro João Santana e a esposa, Mônica Moura, mantinham na Suíça.

A publicação revela que Mônica prestou depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (25) e afirmou ter pago à Silvana pelo “aluguel de câmeras utilizadas na campanha de Angola”.

"Não conheço essas pessoas. Nunca prestei serviços para campanha em Angola ou fui a Angola", afirmou Silvana à reportagem. A empresária reside em São Paulo e negou trabalhar com campanhas políticas ou aluguel de equipamentos.

Um extrato da conta da offshore Shellbil, mantida por João Santana e Mônica no banco suíço Heritage, mostra que foi realizado em 9 de agosto de 2011 um repasse de US$ 200 mil para a conta de Silvana em agência do HSBC no exterior. As investigações indicam que a Shellbil foi abastecida com recursos obtidos ilegalmente pelo marqueteiro no exterior.

No entanto, a publicação cita que a empresária não quis revelar o motivo do pagamento, nem sua atual atividade profissional. Na época do pagamento, Silvana era sócia da marca de roupas de surf Hang Loose, fundada em 1982 pelo irmão, Alfio Lagnado.

O casal também pagou US$ 2,5 milhões a dez offshores que serão investigadas pela Lava-Jato. As empresas estão situadas em paraísos fiscais como Bahamas e Panamá, e em Delaware, nos EUA. Santana e a esposa também utilizaram a conta Shellbil para fazer repasses a uma filha e um genro de Santana.

Ainda de acordo com O Globo, o depoimento prestado pelo marqueteiro na quarta-feira (24), ele diz que não sabia “esclarecer a origem dos valores que ingressaram na conta da Shellbil”, nem “o destino dos valores utilizados na mesma conta”.