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Deputada diz que ninguém falou sobre herdeira da Globo ser investigada

O questionamento foi feito pela deputada Moema Gramacho sobre um suposto documento em que consta o nome de uma filha de João Roberto Marinho

Notícias ao Minuto Brasil

15:56 - 24/03/16 por Notícias Ao Minuto

Política Lava Jato

A deputada Moema Gramacho (PT-BA) disse nesta terça-feira (22) na Câmara dos Deputados que considera muito estranho o silêncio de seus colegas sobre o fato de que a Polícia Federal vai investigar uma das herdeiras da TV Globo, Paula Marinho Azevedo, filha de João Roberto Marinho, cujo nome consta em uma anotação apreendida na sede da empresa Mossack & Fonseca, em São Paulo.

“Fico surpresa de ver a hipocrisia que reina aqui neste plenário. Eu não vi até agora nenhum deputado de oposição, que se diz defensor do combate à corrupção, falar que a Lava Jato chegou aos Marinho. Que a Lava Jato chegou a uma pessoa chamada Paula Marinho”, questionou a deputada.

A reportagem do portal Viomundo refere que o documento manuscrito em que consta o nome Paula Marinho Azevedo representa o controle de saldo de uma conta bancária, com entradas e saídas. Ao lado do nome de Paula está o valor "+3.741" e um número (576764-15). A investigação deve checar se este número é de uma conta que pertence à própria Paula.

Segundo a publicação, a Mossack mantem em funcionamento empresas de fachada e cobra taxas por isso. As empresas geralmente são utilizadas para ocultar patrimônio ou fazer dinheiro transitar até refúgios fiscais, onde os impostos são mais baixos.

Um dos possíveis pagamentos de Paula à Mossack, datado em 27 de julho de 2015, é compatível com o período em que ela ainda tinha o nome de casada. Paula oficializou divórcio do marido, Alexandre Chiappetta Azevedo, apenas em outubro de 2015 e voltou a adotar o nome de solteira.

A reportagem teve acesso aos documentos e apurou que três empresas situadas em paraísos fiscais estão associadas à empresa Glem, do marido de Paula e genro de João Roberto Marinho, Alexandre. São elas: Juste, das ilhas Seychelles, A Plus Holdings, do Panamá, e Vaincre LLC, de Las Vegas, Nevada.

A empresa Mossack está presente em diversos refúgios fiscais e assim facilita o trânsito de dinheiro e dificulta o rastreamento das atividades do laranjal por autoridades tributárias.

“Eu não vi ninguém falar aqui dessa empresa que sustenta essa corja, que também está ligada à Brasif, aquela que sustentava a ex-namorada de Fernando Henrique Cardoso enquanto ele era ainda Presidente da República, com relações diretas”, denunciou a deputada Gramacho.

A investigação da Polícia Federal deverá esclarecer o motivo do nome Paula Marinho Azevedo aparecer associado a um possível pagamento à empresa Mossack & Fonseca, além de apurar se o então marido dela sonegava imposto ou escondia patrimônio por meio de empresas de fachada.

“Seria muito importante que viessem aqui os defensores do combate à corrupção pedir que investigassem tudo. Eu quero uma resposta aqui desses falsos moralistas, que sobem a esta tribuna dizendo que querem combater a corrupção”, ressaltou a deputada Moema Gramacho.

Ainda segundo a reportagem do Viomundo, a Operação Lava Jato cumpriu mandato de busca e apreensão na sede paulistana da Mossack & Fonseca devido ao envolvimento da empresa panamenha em outras denúncias investigadas pela PF.

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