Depois da prisão do doleiro Alberto Youssef pela Polícia Federal, o nome de André Vargas surgiu no processo de investigação e o deputado está sendo fustigado com acusações de envolvimento no esquema. A pressão e a exigência de explicações levou o deputado a pedir renúncia do cargo ao presidente do PT, Rui Falcão.

“Eu vejo que já me julgaram sem provas e quero proteger a minha família. Estou sofrendo muito porque não pratiquei nenhum crime. O máximo que fiz foi advocacia administrativa”, afirmou Vargas ao Estadão.

A 17 de março desse ano a Polícia Federal prendia o doleiro a meio da Operação Lava-Jato, onde também foram descobertas ilegalidades praticadas pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

André Vargas é acusado de manter uma relação com Alberto Youssef e contribuir em um laboratório usado pelo doleiro e que tinha relações com o Ministério da Saúde para atribuição de medicamentos. Uma troca de mensagens entre Youssef e Vargas mostra que o doleiro prometeu “independência financeira” ao ex-deputado.

A relação entre os dois foi descoberta através da troca de mensagens de celular, embora o doleiro já estivesse a ser escutado pela Polícia Federal através de grampos autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Dentro da Câmara e da sigla, André Vargas estava sendo pressionado para explicar a sua relação com Youssef. Membros do PT chegaram a participar dessa pressão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou até a afirmar que Vargas devia explicações ”para o PT não pagar o pato”.