Pais suspeitos de abusar de filhos em 'pegadinhas' no YouTube
Vídeos do canal DaddyOfFive vêm causando revolta nos Estados Unidos
© YouTube/Reprodução
Tech Polémica
Um canal do Youtube expõe, de maneira crua, até onde o ser humano é capaz de ir por alguma popularidade. Aberto em 2015, DaddyOFive tem 766.352 inscritos e soma mais de 173 milhões de visualizações em vídeos em que o pai e a mãe se revezam em pegadinhas com os próprios filhos. Os títulos são explícitos, como "8 year old gets waterboarded" (Menino de 8 anos é torturado com toalha, em tradução livre), ou "Cody Ruined Family Night" (Cody arruinou a noite da família).
Cody, que tem 10 anos, é aliás, o alvo mais frequente das "brincadeiras" de Heather e Mike, como são identificados os pais, que são contadores. O menino costuma aparecer chorando, apanhando, sendo ameaçado ou jogado contra coisas, enquanto os pais gargalham. Em uma das pegadinhas mais assustadoras, a mãe suja propositadamente o chão com falsa tinta. Chama Cody aos berros e, xingando-o, faz ameaças. Depois, quando avisa que estava apenas brincando, a criança parece estar tão assustada que apenas se senta.
O vídeo é um dos assuntos mais comentados do YouTube há dois dias e foi denunciado como emocionalmente abusivo e retirado do ar, junto com todo o conteúdo do canal. No Twitter, o pai fez postagens dramáticas, informando que a família está destruída com os eventos desta semana. E que os vídeos eram apenas "brincadeiras consensuais, que tinham até roteiro".
Com a dimensão que o caso tomou, alguns comentários divulgam uma petição para que Cody e a irmã Emma sejam devolvidos à mãe biológica. Aparentemente, a mulher que aparece nos vídeos é a madrasta dos dois.
"Nunca dissemos que os vídeos eram falsos no ar porque não queríamos decepcionar ninguém", dizem no único vídeo remanescente. "Preferimos perder o canal do YouTube do que os nossos filhos", garantem. Segundo Mike, a família está recebendo ameaças. O vídeo de "esclarecimento" dos pais não pode ser compartilhado, mas pode ser visualizado aqui.
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