San Francisco classifica lobby pró-armas como organização terrorista

Também nesta semana, alguns dos maiores varejistas do país começaram a pedir aos clientes que não entrem em suas lojas portando armas de fogo abertamente

© Reuters

Mundo EUA-ARMAS 05/09/19 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O órgão legislativo de San Francisco declarou a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o principal lobby pró-armas norte-americano, como uma organização terrorista nacional. Também nesta semana, alguns dos maiores varejistas do país começaram a pedir aos clientes que não entrem em suas lojas portando armas de fogo abertamente.

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Segundo Catherine Stefani, supervisora que propôs a medida dois dias após o massacre na festa do alho de Gilroy, no qual três pessoas e o atirador foram mortos, a resolução foi tomada em resposta aos cada vez mais frequentes ataques com armas nos Estados Unidos.

Stefani culpou a NRA tanto pela proliferação de armas no país quanto pelos crimes. O Departamento de Justiça americano classifica atentados em massa quando três ou mais pessoas são assassinadas em um único episódio, excluindo-se a morte do atirador.

Só em agosto, 53 pessoas morreram em chacinas com armas de fogo, dentre as quais 22 em El Paso, no Texas, nove em Dayton, Ohio, e mais sete próximas a Odessa, também no Texas. 

A resolução do Conselho de Supervisores de San Francisco não tem efeito prático, mas serve como afirmação de valores.

"A NRA existe para espalhar a desinformação e conscientemente coloca armas nas mãos daqueles que nos prejudicariam e aterrorizariam, bloqueando qualquer legislação de bom senso de prevenção à violência por armas fogo", disse Stefani.

Segundo ela, o lobby advoga por leis perigosas, como o transporte sem permissão e a presença de armas nas escolas, do jardim de infância à universidade. Além disso, a NRA atrapalharia as pesquisas sobre a violência com armas de fogo, e restringe a distribuição de informações sobre este tipo de crime. "É hora de livrar este país da NRA e chamá-los por quem realmente são: uma organização terrorista doméstica", afirmou.

A NRA respondeu, dizendo que a resolução era uma "manobra ridícula" para desviar a atenção dos habitantes dos reais problemas da cidade, que seriam o aumento no número de moradores de rua e no abuso de drogas, bem como de pequenos crimes.

Em uma rede social, a associação acrescentou que as vítimas reais de terrorismo são as pessoas que morreram no 11 de Setembro e que San Francisco deveria se sentir envergonhada. Neste mesmo post, a NRA se autodeclarou "o tecido da sociedade americana". "Somos professores, doutores, policiais e todos que lutam pelas liberdades da América."  

No mesmo dia em que a resolução foi aprovada, a rede de supermercados Walmart, palco de dois ataques recentes com saldo de 24 mortes, anunciou que pedirá aos compradores que não entrem em suas lojas portando armas abertamente -ou seja, à mostra.

A rede afirmou que começará a colocar uma sinalização do lado de fora das lojas. O porte "escondido", quando a arma está parcialmente dentro da calça e sob uma camisa, por exemplo, seguirá permitido. Segundo o CEO Doug McMillom, diversas lojas do supermercado foram palco de incidentes nas últimas semanas. Tentando impressionar, clientes entravam mostrando armas, e acabavam por assustar clientes e funcionários. Houve também episódios em que as pessoas foram obrigadas a abandonar o estabelecimento e a polícia teve que ser chamada.

A maior varejista norte-americana, responsável por vender 2% das armas de fogo no país e 20% da munição, também informou que planeja parar de comercializar munição para armas de mão no Alaska -único estado onde vende tais armamentos- e alguns tipos de rifles. A data em que esta medida entrará em vigor não foi anunciada. 

As duas maiores redes de farmácias do país, CVS e Walgreens, e a cadeia de supermercados Wegman também adotaram a medida nesta quinta (5), mas não está claro como será sinalizado aos clientes que eles devem deixar suas armas de fogo do lado de fora. Todos os varejistas seguem permitindo que policiais entrem nos estabelecimentos portando armas abertamente. 

Depois das chacinas de El Paso e Dayon, a Associação Nacional do Rifle passou a sofrer bastante pressão. Trump sinalizou que poderia estar disposto a enrijecer os padrões para o comércio de fuzis, pistolas e afins, mas a NRA rechaça medidas como a checagem de antecedentes criminais e doenças mentais em compradores. A organização deu R$ 120 milhões para o republicano durante a campanha que o levou à Presidência.

Há também disputas internas que contribuem para deteriorar a imagem da associação: muitos membros se perguntam por que o chefe-executivo da NRA, Wayne LaPierre, pediu dinheiro da organização para comprar uma mansão de US$ 6,5 mi em Dallas -ele dizia se sentir inseguro após o massacre numa escola da Flórida em 2018. 

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