Rio descumpre obrigações e pode ser expulso de regime

A advertência ao governo fluminense foi feita pelo Conselho de Supervisão do RRF em uma resolução de 4 de setembro

© Google

Brasil Complicações 14/09/19 POR Estadao Conteudo

O Rio de Janeiro corre o risco de ser expulso do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa do governo federal que permitiu ao Estado suspender o pagamento de sua dívida com a União por três anos, dando-lhe um certo fôlego financeiro. O motivo para a eventual expulsão é o fato de o governador Wilson Witzel (PSC) não estar cumprindo as obrigações impostas pelo plano de socorro.

PUB

A advertência ao governo fluminense foi feita pelo Conselho de Supervisão do RRF em uma resolução de 4 de setembro. O Rio tem até o dia 3 de outubro para apresentar uma solução, ou o conselho vai recomendar a expulsão do Estado do regime ao Ministério da Economia, o que obrigaria o Rio a ter de pagar uma dívida que já chega a R$ 32,5 bilhões.

O socorro da União ao Rio foi assinado há dois anos, em setembro de 2017, depois de um quadro de falência das finanças que levou a atrasos no pagamento de salários dos servidores e ao caos na oferta de serviços de segurança, saúde e educação. Mesmo favorecido pela melhora de receitas com royalties de petróleo, o Estado não está conseguindo fazer o "dever de casa" do lado das despesas. Num duro recado, o conselho demonstrou preocupação e impaciência com a demora e a falta de respostas aos questionamentos feitos ao Estado.

A situação mais urgente se refere à estruturação da carreira dos servidores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que implica aumento das despesas - o que é proibido pelo acordo de recuperação. O conselho cobrou informações sobre o impacto da medida de aperfeiçoamento da carreira docente e do regime de trabalho de tempo integral com dedicação exclusiva. Os integrantes do conselho querem que o governador apresente medidas para compensar esses gastos.

O conselho percebeu ainda que houve uma inscrição, entre 2017 e 2018, de R$ 19,3 bilhões nos chamados restos a pagar - dívidas que ficam de um ano para o outro. Para permitir o reequilíbrio das contas, o acordo proibia qualquer rolagem de compromissos desse tipo.

Além disso, foram relatadas dificuldades para receber informações a respeito da privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), considerada fundamental para a melhora da situação financeira do Rio, e até mesmo para marcar reuniões com autoridades. "As informações são enviadas com constantes atrasos e quase sempre de forma parcial", diz o documento.

Se, até o dia 3 de outubro, o Rio não mostrar como os problemas serão solucionados, o conselho enviará parecer recomendando a extinção do regime até o dia 18 de outubro.

Formado por representantes do Ministério da Economia, Tribunal de Contas da União (TCU) e governo fluminense, o conselho monitora o cumprimento das regras do acordo, como um "cão de guarda", para evitar desvios. Se for expulso, o Rio terá de devolver ao Tesouro o que deixou de pagar enquanto estava no regime.

Na hipótese de extinção do regime, o pagamento das parcelas das dívidas do Rio, hoje suspenso, seria retomado de forma imediata e nas condições contratuais originais. O passivo seria recalculado e, sobre o valor, haveria ainda incidência de encargos financeiros.

Resposta

A secretaria de Estado da Fazenda do Rio informou ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, estar ciente das observações realizadas pelo conselho e garante que todos os questionamentos serão respondidos. O governo fluminense afirma que já está em tratativas com os órgãos que compõe o conselho. "Não há possibilidade de haver a exclusão. E, por isso, todas as medidas serão apresentadas", diz a secretaria, em nota.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro, o governador Witzel tenta renegociar o acordo. Em julho, o governo do Rio entregou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um pedido de revisão do plano de recuperação. Segundo o Estado, a revisão seria necessária porque algumas das medidas não estão dando resultados. Sobre a privatização da Cedae, a assessoria do governador disse que a modelagem está sendo discutida com o BNDES e deve ser anunciada até dezembro.

O Rio é até agora o único Estado que aderiu ao RRF. As negociações com o Rio Grande Sul estão mais avançadas, mas a grande preocupação é com o agravamento da situação fiscal de Minas Gerais. Um plano menos duro, de socorro aos Estados que não têm dívida elevada com a União, mas também enfrentam crise fiscal, foi encaminhado ao Congresso e aguarda acordo para votação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama A Grande Conquista 2 Há 21 Horas

Ex-Polegar pega faca durante discussão e é expulso de reality

politica Arthur Lira Há 22 Horas

Felipe Neto é autuado por injúria em inquérito aberto a pedido de Arthur Lira

mundo Posição de Lótus Há 23 Horas

O misterioso caso da múmia escondida em estátua de Buda

fama GISELE-BÜNDCHEN Há 23 Horas

Gisele Bündchen recebe apoio de prefeito após chorar durante abordagem policial nos EUA

brasil Santa Catarina Há 23 Horas

Homem morre após ser atacado por quatro pitbulls em quintal de casa em SC

fama SAMARA-FELIPPO Há 18 Horas

Filha de Samara Felippo é alvo de racismo em escola, diz site

fama Iraque Há 21 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

brasil MORTE-SP Há 17 Horas

Morte de jovem após deixar sauna gay causa pânico; relembre histórico

economia REINHART-KOSELLECK Há 21 Horas

Quem é o historiador lido por Haddad após bronca de Lula

fama Marla Adams Há 22 Horas

Atriz Marla Adams morre aos 85 anos