1.500 estrangeiros na África do Sul fogem da violência xenófoba

A África do Sul foi invadida desde o início deste mês por uma onda de violências xenófobas que fizeram uma dúzia de mortos e provocaram estragos consideráveis

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Mundo ONU 20/09/19 POR Notícias Ao Minuto

Cerca de 1.500 estrangeiros a viver na África do Sul foram forçados a abandonar as suas casas para fugir à violência xenófoba que se verificou naquele país no início do mês, indicou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU).A África do Sul foi invadida desde o início deste mês por uma onda de violências xenófobas que fizeram uma dúzia de mortos e provocaram estragos consideráveis, nomeadamente entre a comunidade nigeriana radicada no país, em particular em Joanesburgo e localidades limítrofes.

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"Pelo menos 1.500 deslocados estrangeiros, principalmente migrantes, mas também refugiados e pessoas em situação de asilo, foram forçados a fugir das suas casas por causa das violências", declarou o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Charlie Yaxley, numa conferência de imprensa em Genebra, citado pela agência France Press.

De entre aquele número, cerca 800 pessoas, na sua maior parte originárias de Moçambique, Malaui e Zimbabué procuraram refúgio em salas scomuns na vila de Katlehong, a cerca de 35 quilómetros a leste de Joanesburgo, acrescentou a mesma fonte.

"Muitos querem regressar aos seus países, afirmando que já não se sentem em segurança na África do Sul", acrescentou Charlie Yaxley.

De acordo com as autoridades da Nigéria, mais de duas centenas de nigerianos regressaram ao país na semana passada e outros 300 na passada quarta-feira.

"Ao longo das últimas semanas, o nosso pessoal tem recebido um número crescente de chamadas nas nossas linhas telefónicas de emergência, com as pessoas a relatarem que as suas casas ou empresas foram pilhadas, que os imóveis foram incendiados, que os gangues multiplicam as suas atividades nas ruas e que os incidentes de violência sexual aumentaram", sublinhou ainda o porta-voz.

"Muitos refugiados têm agora demasiado medo de ir trabalhar ou de exercer as suas atividades comerciais quotidianas, ainda que não tenham outras fontes de rendimentos", disse.

O ACNUR manifestou-se "muito preocupado" com a situação e pediu, através de um comunicado, uma "ação urgente", além de ter reforçado a sua presença no terreno em coordenação com o Governo da África do Sul e outras agências das Nações Unidas.

O Alto-Comissariado vai ainda enviar para a África do Sul assistência jurídica, psicológica e material suplementar de primeiros socorros e abrigos de emergência. Especialistas em matéria de proteção da infância e violência sexual chegarão ao território nos próximos dias, indicou a agência da ONU.

"O ACNUR apela ao Estado [sul-africano] a tomar todas as medidas possíveis para garantir a segurança e o bem-estar das pessoas", sublinhou o porta-voz. "Os autores dos atos criminosos devem responder pelos seus atos nos tribunais", acrescentou.

 

 

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