Biles desafia limites da ginástica com seu novo repertório

Dona de 20 medalhas em campeonatos mundiais, Biles está prestes a desempatar o posto de recordista entre as mulheres, que atualmente divide com a russa Svetlana Khorkina

© Getty Images

Esporte SIMONE-BILES 03/10/19 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Há três anos, em sua primeira participação olímpica, Simone Biles já figurava na lista das maiores estrelas dos Jogos do Rio de Janeiro ao lado de atletas consagrados, como o velocista jamaicano Usain Bolt, 33, e o nadador americano Michael Phelps, 34.

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Os dois já se aposentaram, mas a ginasta americana de 22 anos, que saiu do Brasil em 2016 com cinco medalhas, não para de escrever novos capítulos na história do esporte.

A partir desta sexta-feira (4), ela será a grande atração do Mundial de ginástica artística disputado em Stuttgart, na Alemanha, principal competição preparatória para Tóquio-2020. O torneio vai até o dia 13 de outubro e será transmitido pelo SporTV.

Dona de 20 medalhas em campeonatos mundiais, Biles está prestes a desempatar o posto de recordista entre as mulheres, que atualmente divide com a russa Svetlana Khorkina. O ex-atleta de Belarus Vitaly Scherbo é o líder geral, com 23 pódios nesses eventos.

A americana, no entanto, busca mais do que medalhas em Stuttgart. Na lista de 10 movimentos originais que serão apresentados no Mundial e foram submetidos à Federação Internacional de Ginástica (FIG), três são de autoria dela.

Cada elemento executado pelas atletas é classificado a partir do seu nível de dificuldade, estabelecido pela comitê técnico da FIG. Um movimento "A" vale 0,1 a mais em uma nota, um "B", 0,2, e assim por diante.

Dos três novos elementos de Biles, um é de execução mais simples (nível E), pelo menos para seus padrões, nas barras assimétricas. Os que mais chamam a atenção são o duplo mortal com dupla pirueta na saída da trave (nível H) e o duplo mortal com tripla pirueta no solo (nível J, o máximo), que inclui três rotações completas do seu corpo no ar (1080º).

A americana queria mais. Após a federação anunciar que o movimento da trave não receberia a avaliação máxima, ela classificou a decisão como "besteira".

Para batizá-los com seu nome, a americana precisará executar os movimentos ao menos uma vez com perfeição na Alemanha, algo que já fez no campeonato nacional dos Estados Unidos em agosto.

"A Simone Biles é um fenômeno, todo mundo sabe. Os elementos de dificuldade que ela tem apresentado são tão complexos que dificilmente alguma ginasta que venha depois será capaz de reapresentá-los", afirmou à reportagem Yumi Sawasato, árbitra brasileira da FIG que participa do Mundial.

A americana já criou outras duas acrobacias (no solo e no salto) homologadas pela federação e que nenhuma outra ginasta conseguiu reproduzir até hoje.

Em entrevista coletiva nesta semana, Biles disse que, apesar de treinar os novos movimentos com frequência, teve que ser convencida pelos seus técnicos a apresentá-los no Mundial: "Nunca pensei que seria realmente capaz de executá-los, mas eles me ajudaram a acreditar em mim e aqui estamos. Sinto que não é real, mas é".

Ao se mostrar capaz de evoluir a cada competição, a ginasta amplia sua distância para as rivais e gera debates sobre o patamar que ainda pode alcançar. Por enquanto, ela prefere evitar rótulos como o de "superstar", ainda que o mundo esportivo a reconheça sem sombra de dúvidas como tal.

"Eu só vou lá competir e tento representar a 'Simone', não a 'Simone Biles'", afirmou. "Porque no fim das contas eu ainda sou um ser humano antes de ser Simone Biles, 'a superstar'."

A competição em Stuttgart começa na manhã desta sexta (SporTV 2 transmite a partir das 6h), com as eliminatórias femininas. EUA e Brasil, que estão na mesma rotação, se apresentam no sábado. No domingo e na segunda serão realizadas as preliminares masculinas, e as finais terão início na terça (8).O principal objetivo do Brasil no torneio é conquistar vagas por equipes na Olimpíada de Tóquio-2020, tanto no masculino quanto no feminino. São nove em disputa em cada gênero.

Os homens vêm embalados após ganharem oito medalhas (quatro delas de ouro, incluindo por equipes) nos Jogos Pan-Americanos de Lima e contam com força máxima na Alemanha.

No individual, as maiores chances de pódio são nas argolas, com o campeão olímpico em Londres-2012 e medalhista de prata na Rio-2016, Arthur Zanetti, 29.

Arthur Nory, 26, medalhista de bronze no solo no Rio de Janeiro, compete com chances no individual geral. Caio Souza, 26, Francisco Barreto, 29, e Lucas Bittencourt, 25, completam o time.

Na competição feminina, a grande baixa será Rebeca Andrade, 20, atleta de repertório mais completo no país e que neste ano precisou passar por sua terceira cirurgia no joelho. Ela viajou para acompanhar a delegação, mas ficará apenas na torcida.

Mais experiente do grupo, Jade Barbosa, 28, está recuperada após se lesionar às vésperas do Pan e compõe a equipe com Flávia Saraiva, 20, Lorrane Oliveira, 21, Thais Fidelis, 18, e Leticia Costa, 24.

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