Sem acordo, CPI do BNDES caminha para não votar relatório

O prazo final de discussão se encerra nesta terça, 22, e não há perspectiva de acordo para levar o texto à votação

© Agência Brasil / Marcelo Camargo

Política CPI 22/10/19 POR Estadao Conteudo

Sem acordo, a Comissão Parlamentar de Inquérito do BNDES caminha para terminar em "pizza", ou seja, sem resultados. Nesta segunda-feira, 21, pela quarta sessão seguida, os deputados derrubaram a votação do relatório final que pede o indiciamento de cerca de 70 pessoas entre elas políticos, empresários e diretores do banco. O prazo final de discussão se encerra nesta terça, 22, e não há perspectiva de acordo para levar o texto à votação.

PUB

"Estamos assistindo um processo muito claro para não se ter relatório", afirmou o presidente da CPI do BNDES, Vanderlei Macris (PSDB-SP).

De acordo com Macris, a única saída para o texto ser votado é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceitar um pedido para prorrogação dos trabalhos. "Está na mãos do Rodrigo Maia a decisão de entregarmos ou não uma relatório ao povo brasileiro. Peço a prorrogação dos trabalhos da CPI para podermos dar uma satisfação ao País", afirmou Macris.

O presidente da Câmara afirmou que ainda não tomou uma decisão se aceita ou não o pedido. "Ele tem até amanhã para votar. Ele precisa mobilizar os membros (da CPI)", afirmou Maia, que decidirá só na tarde da terça-feira sobre a prorrogação.

Desde a semana passada, o relator da CPI, Altineu Côrtes (PL-RJ), tenta costurar um acordo com o PT para que, ao menos, os empresários e empresas envolvidas no núcleo econômico, entre eles os executivos da Odebrecht e da JBS, tenham seus indiciamentos sugeridos. Segundo o relator, sem o assentimento da demanda de deputados petistas, a comissão pode terminar em "pizza", ou seja, sem resultados.

"Essa é a terceira CPI do BNDES e se não tivermos um relatório aprovado teremos uma imensa pizza. A terceira pizza do BNDES", afirmou o relator Altineu Côrtes.

Na semana passada, o relator retirou de seu parecer a recomendação de indiciamento dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff por crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva no âmbito do banco público. Côrtes retirou ainda os nomes de outras nove pessoas que ocuparam cargos no BNDES.

As alterações ocorreram em meio à articulação do PT junto a partidos do Centrão pela mudança, e sob ameaças de rejeição integral ao relatório de Côrtes na comissão. O PT manteve a obstrução ao relatório caso o documento mantivesse o nome de outros integrantes dos governos petistas como os ex-ministros Fernando Pimentel, Antônio Patriota, Pepe Vargas e Miriam Belchior.

O movimento, liderado pelo deputado Pedro Uczai (PT-SC), conseguiu adiar o início da discussão por mais de três horas. O movimento incomodou deputados da chamada bancada "lavajatista", favoráveis à investigação. "Não podemos fazer dessa comissão um palco de condenação sumária, sem ampla defesa", afirmou o petista.

"É um absurdo votar este relatório sem os nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff", rebateu o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

Instalada em março, a CPI tem como finalidade de "investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito do BNDES ocorridos entre 2003 e 2015 e relacionados à internacionalização de empresas brasileiras". O relatório de Côrtes aponta irregularidades em transações do banco com os grupos Odebrecht e J&F, controladora da JBS.

De acordo com o texto, o núcleo político - formado por Lula, Dilma e outros membros do governo - pressionou as instâncias de controle internos do Executivo para afrouxar restrições a empréstimos a países e empresas aliadas. Do banco, o relator sugere o indiciamento de diretores e do ex-presidente Luciano Coutinho. Entre executivos, citou nomes de Odebrecht, Braskem, JBS e Bertin já envolvidos em outras investigações, como Emílio e Marcelo Odebrecht e Joesley e Wesley Batista.

Defesas

Em nota, Coutinho disse que as conclusões do relatório são infundadas e que reafirma "a certeza sobre a correção dos trabalhos técnicos e decisões colegiadas do BNDES". A defesa de Lula diz que ele não cometeu ilícito em sua passagem pela Presidência e que as "acusações de adversários do PT na CPI do BNDES não têm qualquer fundamentação e são de natureza política".

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jojo Todynho Há 22 Horas

Jojo Todynho veste roupa que usava antes de perder 50kg. "Saco de batata"

mundo EUA Há 1 Hora

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

fama Brian McCardie Há 22 Horas

Morre Brian McCardie, ator da série Outlander, aos 59 anos

fama Bastidores da TV Há 15 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

brasil MORTE-SC Há 23 Horas

Adolescente de 14 anos morre após ser picado por cobra venenosa em SC

mundo Londres Há 22 Horas

Responsável por ataque com espada em Londres tem cidadania brasileira

esporte Arábia Saudita Há 23 Horas

Sem folga: Al Hilal treina após garantir vaga na final; veja as imagens

fama MADONNA-CANTORA Há 16 Horas

Madonna pede para aprovar figurino de Anitta antes do show em Copacabana

economia INSS Há 22 Horas

INSS começa a pagar 13º antecipado; veja quem tem direito

fama Bruna Biancardi 02/05/24

Bruna Biancardi posta foto de quando era bebê e se compara a Mavie