O Brasil e a China vão colocar em órbita o sexto satélite de vigilância remota que desenvolveram em parceria, informaram hoje fontes oficiais brasileiras. O satélite chamado Cbers-4A foi montado no Brasil e, desde maio, está sendo testado no Laboratório da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, revelou um comunicado divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro.
PUB
O satélite será colocado em órbita por um foguete chinês cujo lançamento está programado para 17 de dezembro, a partir da Base de Taiyuan, cerca de 500 quilômetros ao norte de Pequim, segundo o INPE.
O transporte do satélite para a base de lançamento será realizado por um comboio e está previsto para 05 de novembro.
O INPE também relatou que o satélite foi montado e submetido a diversos testes nos seus laboratórios durante os 18 meses que esteve no Brasil.
O chamado Programa de Satélite de Vigilância Remota da China e do Brasil (Cbers) foi iniciado há mais de duas décadas e permitiu aos dois países dominar a tecnologia de vigilância remota com máquinas fotográficas e sensores para observação da Terra.
O programa, que oferece imagens de satélite gratuitas para diferentes países da América Latina e África, é considerado o maior programa de cooperação espacial entre países em desenvolvimento.
Até agora, através da Cbers, o Brasil e a China desenvolveram e lançaram com sucesso quatro satélites (Cbers-1, Cbers-2, Cbers-2B e Cbers-4), aos quais pretendiam adicionar o Cbers-3, cujo lançamento terminou com uma queda e a destruição do equipamento.
O anterior satélite lançado entre os dois países em parceria foi o Cbers-4, colocado em órbita, em dezembro de 2014, que se tornou uma importante ferramenta de vigilância remota já que possui quatro máquinas fotográficas poderosas para capturar imagens do espaço.
O novo dispositivo foi projetado para fotografar, rastrear e registrar atividades agrícolas, desmatamento de florestas, mudanças na vegetação, recursos hídricos e expansão urbana com uma resolução muito superior à dos satélites anteriores.
O Cbers-4A levará a bordo duas máquinas fotográficas brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM).
A MUX é capaz de gerar imagens de até 16 metros de resolução do mesmo local a cada 31 dias, enquanto a WFI, com resolução de 55 metros, captura imagens do mesmo local a cada cinco dias.
Segundo o INPE, a tecnologia do satélite sino-brasileiro é semelhante à dos programas de vigilância remota mais utilizados no mundo, como Landsat (dos Estados Unidos da América), Resourcesat (da Índia) e o Copernicus (da União Europeia).
O Brasil usa as imagens de seus satélites nos seus programas para controle de desmatamento da Amazônia e para detectar incêndios florestais.