Primeira unidade em SP da casa da mulher brasileira é inaugurada

A proposta da casa é concentrar os serviços de acolhimento à mulher vítima de violência, desde delegacia especializada até o atendimento jurídico e abrigos para as vítimas

© Antonio Cruz/ Agência Brasil (Foto de arquivo) 

Brasil casa da mulher 11/11/19 POR Estadao Conteudo

A primeira unidade de São Paulo da Casa da Mulher Brasileira, que oferece assistência a mulheres vítimas de violência, foi inaugurada na manhã desta segunda-feira, 11, no bairro do Cambuci, na região central da capital. A solenidade contou com a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e teve um protesto de mulheres que criticaram a ministra e afirmaram que foram impedidas de acompanhar o evento.

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O equipamento faz parte do programa do governo federal "Mulher, Viver sem Violência", lançado em março de 2013 e que previa a construção dos centros em todas as capitais. No entanto, apenas sete foram inaugurados. Brasília, Curitiba e Campo Grande estão entre os locais que contam com o serviço.

Em São Paulo, as obras do equipamento chegaram a ser iniciadas mas, segundo o governador João Doria (PSDB), estavam paradas quando ele assumiu a Prefeitura em 2017.

"Essa foi uma parceria realizada pelos três níveis de governo federal, estadual e municipal. Quando assumi a Prefeitura de São Paulo, eu estimulei para que retomássemos esse processo. Demorou, mas saiu. Houve uma enchente que prejudicou as instalações."

No momento do discurso da ministra Damares Alves, era possível ouvir mulheres que protestavam do lado de fora do evento. Elas chegaram a gritar: "Fora, Damares".

A ministra não esboçou reação e iniciou sua fala relembrando o episódio da enchente na unidade e destacando a parceria com a iniciativa privada para conclusão das obras. Também propôs que Doria amplie o projeto para outras regiões do Estado, proposta que foi aceita pelo governador.

"A violência contra a mulher precisa ser enfrentada nessa nação. Temos uma rede proteção, terceira melhor lei de proteção à mulher, mas somos o quinto País que mais mata mulheres. O que está acontecendo para a gente não chegar ao número sonhado? E qual é o número sonhado? Nós queremos zero de feminicídio e de violência contra as mulheres. Queremos um Estado seguro para as mulheres." Segundo ela, a unidade de Campo Grande atendeu 60 mil mulheres em quatro anos.

Ela mandou ainda uma mensagem para os agressores. "Já que a imprensa está aqui, a imprensa adora essa ministra maluquinha, deixa eu aproveitar e mandar um recado para os bonitinhos que ainda se levantam agredindo mulheres no Brasil. Aos agressores covardes de mulheres no Brasil, o recado é o seguinte: a brincadeira para vocês está acabando. Essa nação está levantando em defesa da mulher."

A proposta da casa é concentrar os serviços de acolhimento à mulher vítima de violência, desde delegacia especializada até o atendimento jurídico e abrigos para as vítimas.

Em junho, o governo estadual iniciou uma campanha publicitária para tentar frear casos de feminicídio em São Paulo, que estão em alta.

Segundo Doria, a alta tem relação com o aumento de denúncias. "A campanha em rádio e TV colocou mais 286% de denúncias. As mulheres estão tendo a coragem de denunciar."

Protesto

Ao final do evento, mulheres entraram no local afirmando que tinham sido impedidas de acompanhar a solenidade. Policiais fizeram um cordão de isolamento separando o grupo da área onde estava o governador, a secretária Estadual de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, e a secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella.

"Todas as pessoas que tinham de entrar aqui, entraram", disse Doria.

Conselheira do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres, Melissa Carla Silva diz que grupos de mulheres que apoiaram a implantação do projeto foram ao local para acompanhar o evento, mas não conseguiram entrar.

"Estavam pedindo convite, mas ele veio por e-mail. As mulheres que tornaram isso realidade estavam barradas lá fora. Eram 30 a 40 mulheres. Isso foi um momento elitizado, mas a casa é pública e popular." Segundo ela, não houve truculência policial.

Fátima Sandalhel, integrante da Marcha Mundial das Mulheres de São Paulo, diz que coletivos de mulheres têm interesse em contribuir na gestão do equipamento. "A casa ficou abandonada, passou por reforma duas vezes e o movimento de mulheres fez uma ocupação para pressionar a inauguração. A gente quer participar do conselho gestor."

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