Baile da Dz7 é opção de lazer para até 5 mil pessoas

Há quase uma década, o baile funk de Paraisópolis recebe, em média, entre 3 mil e 5 mil pessoas em fins de semana

© Reprodução

Cultura Funk 03/12/19 POR Estadao Conteudo

Alvo da ação da Polícia Militar que terminou com nove mortos e 12 feridos, o Baile da Dz7 é o pancadão mais famoso de Paraisópolis. Há quase uma década, o baile funk reúne, em média, entre 3 mil e 5 mil pessoas em fins de semana e é considerado por muitos moradores como a principal alternativa de lazer da favela. Hoje, a maior parte do público vem de outros bairros da capital ou da Grande São Paulo e a festa até recebe caravanas de fora do Estado.

PUB

Não raro, o pancadão começa na quinta-feira e só termina no domingo. Sábado é considerado o pico do evento. No Baile da Dz7, uma série de bares abre as portas durante a madrugada e carros ou paredões de som tocam funk nas alturas. Também há alto consumo de bebidas alcoólicas e de drogas, segundo relatam os moradores.

Embora não tenha autorização legal ou estrutura adequada, a região chega a realizar festas com 30 mil pessoas. A multidão toma principalmente a Rua Ernest Renan, para onde também vai a maioria dos vendedores ambulantes, mas o fluxo se espalha ainda por outras ruas e vielas do entorno.

"Das pessoas que participam do baile funk, 80% não são moradores de Paraisópolis", afirma o líder comunitário Gilson Rodrigues. "Muitos jovens vêm do Morumbi, que é vizinho daqui, ou de outras áreas da cidade. Vários frequentadores vêm de municípios próximos e há excursões de outros Estados."

Esse era o caso de algumas vítimas da tragédia no baile funk. O jovem Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, por exemplo, morava no Limão, bairro do outro lado da cidade, na zona norte. "Ele saiu para trabalhar e não voltou", diz a mãe, Maria Cristina Portugal.

Moradores negam a versão oficial da PM de que uma moto teria entrado atirando no baile e afirmam que os frequentadores, na verdade, foram encurralados pelos policiais. Para Rodrigues, as vítimas que não eram de Paraisópolis sofreram ainda mais na correria. "Eles não sabiam que essa viela tem uma escada", afirma, apontando para o beco onde a maioria dos corpos foi encontrada. "Acabaram caindo e sendo pisoteados, como se fossem uma 'rampa'."

"Os bailes funk acontecem por ausência de outras oportunidades ou alternativas de lazer", afirma Rodrigues. "Eu gostaria que tivesse estrutura e segurança. O baile já é uma realidade há muitos anos e não vai acabar, então tem de estruturar."

O morador Rogério Ferreira, de 29 anos, defende o pancadão. "É o único lazer que nós temos. Não consigo pagar o ingresso de uma balada fora daqui", diz. "É claro que tem problema de barulho ou xixi na rua. Mas querem acabar com o problema sem dar solução."

Prevenção

Em entrevista à Rádio Eldorado, o porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Massera, disse, nesta segunda-feira, que ainda "não é possível apontar que houve uma falha dos policiais". "O baile funk acontece há anos na comunidade de Paraisópolis, sem estrutura adequada. É preciso focar em providências para oferecer local mais adequado para a realização", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 4 Horas

Faxineira pede demissão após 27 minutos de trabalho em hotel; entenda

fama SAMARA-FELIPPO Há 22 Horas

Filha de Samara Felippo é alvo de racismo em escola, diz site

justica Paraíba Há 2 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

fama Anthony Vella Há 3 Horas

YouTuber sofre grave acidente em queda de paraglider filmada; assista

brasil MORTE-SP Há 21 Horas

Morte de jovem após deixar sauna gay causa pânico; relembre histórico

economia DESENROLA-BRASIL Há 5 Horas

Saiba como se inscrever no Desenrola Brasil e negociar suas dívidas

fama Peculiares Há 20 Horas

As manias mais estranhas dos famosos! Você tem alguma delas?

fama Justin Bieber Há 23 Horas

Justin Bieber preocupa fãs ao compartilhar fotografias chorando

mundo EUA Há 4 Horas

Filha do co-fundador do Slack é encontrada em van com homem de 26 anos

fama Gusttavo Lima Há 3 Horas

Gusttavo Lima interrompe espetáculo após mulher ser agredida