Justiça anula bloqueio de R$ 10 mi de governador do Tocantins

O bloqueio dos bens foi feito em uma das 55 ações ajuizadas pelo Ministério Público do Tocantins por ato de improbidade administrativa

© TJ-TO

Política TJ 23/07/15 POR Notícias Ao Minuto

O juiz Nelson Coelho Filho, convocado para substituir o desembargador Moura Filho no Tribunal de Justiça do Tocantins, cassou decisão liminar de 1º grau que bloqueava R$ 10,68 milhões dos bens imóveis do governador Marcelo Miranda (PMDB-TO), do ex-governador Siqueira Campos (PSDB-TO), de outras 11 pessoas e de 3 empreiteiras no caso das Pontes Fantasmas do Estado. Segundo o magistrado, a decisão foi anulada porque o juiz Manuel de Faria Reis Neto, que decretou a indisponibilidade, "não dispunha de competência funcional".

PUB

O bloqueio dos bens foi feito em uma das 55 ações ajuizadas pelo Ministério Público do Tocantins por ato de improbidade administrativa e 10 ações de ressarcimento de danos causados ao erário referentes a supostas irregularidades em um contrato que engloba construção de pontes, execução de obras de terraplanagem, pavimentação asfáltica em todo o Estado. A Promotoria busca condenações que resultem em ressarcimento do Tesouro estadual em mais de R$ 500 milhões.

Em sua decisão, Nelson Coelho Filho afirmou que Manuel de Faria Reis Neto, de acordo com uma portaria do presidente do TJ, estava autorizado a "auxiliar no julgamento de processos conclusos para sentenças". Assim, não poderia ter dado a liminar no início da demanda.

A ponte sobre o rio Manuel Alves Grande de 125 metros de comprimento por 12 metros de largura foi construída em tubulões de concreto. O cálculo dos R$ 10.680.792,59 indisponibilizados se baseou em prejuízo causado por supostas fraudes e superfaturamento em obras de uma ponte sobre o rio Manuel Alves Grande, na cidade de Campos Lindos, ao norte do Tocantins, apontadas pelo Ministério Público Estadual.

Na prática, quando há indisponibilidade de bens imóveis, ocorre, na maioria dos casos, apenas bloqueio da transferência da propriedade. Laudo pericial apontou ainda que houve pagamento de obras em dólares.

Irregularidades em construção de pontes, execução de obras de terraplanagem, pavimentação asfáltica em todo o Estado, desde a gestão Siqueira Campos (1995/1998) até a administração atual, Marcelo Miranda, motivaram a abertura de um inquérito em 2010, pela Promotoria do Tocantins. A investigação dos promotores envolveu mais de 100 obras de construção de pontes.

Com base em perícias do Instituto de Criminalística e em análise do Tribunal de Contas do Estado, a força-tarefa do Ministério Público concluiu que 'houve reiterado superfaturamento de preços, serviços pagos em duplicidade, entre diversas outras irregularidades que redundaram em lesão ao patrimônio público'. "Tais constatações de irregularidades, a que chegaram as investigações, são fundamentadas em relatório de inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e em laudos periciais do Instituto de Criminalística", destaca o Ministério Público.

Tocantins

O Estado, emancipado em 1989, teve 8 eleições até hoje. Durante este período, Marcelo Miranda e Siqueira Campos praticamente se revezaram no governo. Apenas entre 1991 e 1995, outro político foi eleito chefe do Executivo.

Marcelo Miranda se tornou governador, pela primeira vez, em 2003 e está em seu terceiro mandato no governo do Tocantins. Em 2009, ele foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que detectou irregularidades na campanha pela reeleição, em 2006, incluindo a doação de mais de 4 mil lotes e 80 mil óculos para eleitores e nomeações para cargos públicos.

José Wilson Siqueira Campos foi líder do movimento pela emancipação do Tocantins e o primeiro governador do Estado, em 1989. Seu primeiro mandato durou até 1991. Ele também governou o Estado entre 1995 e 1998, 1999 e 2002 e 2011 e 2014. No ano passado, ele deixou o cargo em Abril, para que seu filho Eduardo Siqueira Campos pudesse se candidatar ao governo estadual.

Quando o caso estourou, a reportagem procurou o ex-governador Siqueira Campos e as empreiteiras citadas no processo, que não responderam aos questionamentos feitos.

Na época, em nota oficial, o advogado Leandro Finelli, que defende Marcelo Miranda (PMDB/TO), anunciou que iria recorrer da ordem de indisponibilidade dos bens do governador. O texto atribuía à gestão do ex-governador Siqueira Campos o contrato para as obras investigadas.  Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Viral Há 20 Horas

Jovem é surpreendida em praia ao ver casa flutuando no mar

justica Pridão Há 2 Horas

Casal de influencers é preso por suspeita de movimentar R$ 20 milhões ilegalmente em jogo

fama CANTORA-RIHANNA Há 23 Horas

Rihanna é criticada após segurar filho mais velho de ponta-cabeça durante festa de aniversário

mundo REINO UNIDO-EDUCAÇÃO Há 21 Horas

Reino Unido cria limite de idade para educação sexual nas escolas

mundo Coreia do Norte Há 4 Horas

Coreia do Norte confirma míssil e promete reforçar "força nuclear"

fama Vídeo Há 1 Hora

Influenciadora digital agride mulher na rua em MG; veja vídeo

mundo EUA-CÂMARA Há 22 Horas

Câmara dos EUA aprova lei para forçar Biden a repassar armas a Israel

brasil Vírus Há 1 Hora

Cientistas confirmam circulação de vírus mayaro em humanos em Roraima; entenda riscos

politica Justiça Há 18 Horas

STF forma maioria para negar habeas corpus a Bolsonaro

brasil Educação Há 20 Horas

Taxa de alfabetização no Brasil chega a 93%, revela IBGE