Jogadores brasileiros no Irã vivem impasse após ataque dos EUA

O goleiro Fernando Jesus vive há cinco anos no Irã

© Acervo Pessoal

Esporte Futebol 08/01/20 POR Estadao Conteudo

O atacante Mazola e o goleiro Fernando de Jesus vivem o mesmo impasse. Eles deixaram o Irã para passar as festas de final de ano com a família no Brasil e agora aguardam os seus clubes darem o aval para retornar ao país onde vivem. Desde o assassinato do general iraniano Qassim Suleimani na última quinta-feira, eles não têm contato com os dirigentes das equipes onde atuam. A expectativa de ambos é embarcar ainda nesta semana.

PUB

"Estou acompanhando as notícias e esperando que a situação melhore. Torço para que tudo acabe bem e que eu possa voltar e cumprir o meu contrato que vai até o final de 2020", disse Mazola em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Fernando tem conversado com companheiros de time. "Meus amigos estão treinando e enviaram mensagem dizendo que é para não ficar preocupado. Tive alguns dias de folga e espero em breve estar ao lado deles, pois já temos jogo no dia 1.º de fevereiro".

O Campeonato Iraniano, como acontece normalmente, parou em 28 de dezembro e recomeçará no final de janeiro para a disputa do segundo turno. Os estrangeiros costumam ganhar uns dias de descanso nesse período para encontrar a família.

Ex-jogador do São Paulo, Mazola, de 30 anos, defende desde julho o Tractor Sazi, atual terceiro colocado após 16 rodadas disputadas, a quatro pontos do líder Persépolis. "O Tractor é como se fosse o Flamengo. Leva cerca de 90 mil pessoas para o estádio. Eles são apaixonados por futebol e lotam os estádios, tem jogo que fica gente pra fora", comentou o atacante.

A semelhança com o futebol brasileiro para por aí. O jogador, que também atuou no futebol da Coreia do Sul e do Japão, estranhou bastante os primeiros meses no Irã, na pequena cidade de Tabriz, que tem pouco mais de mil habitantes. "Confesso que essa experiência é a mais difícil", disse.

"Não pode usar bermuda, não pode tocar na mão de uma mulher para cumprimentar. Fui aprendendo sobre os costumes e me adaptando", revelou. A adaptação de sua mulher foi ainda mais difícil. "Até quando vamos descer para almoçar ou jantar no próprio hotel ela precisa colocar calça e vestir o véu".

Revelado pelo Duque de Caxias-RJ, Fernando, hoje com 35 anos, mudou-se para o Irã há cinco anos. O Pars Jonoubi, em 12.º lugar na tabela de classificação, é o quarto clube que defende no país. "O iraniano é um povo muito receptivo, amam o Brasil. Por isso até não acredito em guerra ou revanche (contra os Estados Unidos). Só atrapalharia ainda mais a crise que eles vem atravessando devido as sanções econômicas".

EMBARGO ECONÔMICO - No início do ano passado, o governo Donald Trump decretou embargo econômico ao Irã. Os clubes passaram a dever salários, se endividaram e afetou especialmente quem recebia em dólar. Marco Otávio deixou em julho o cargo de técnico da seleção iraniana de futebol de areia após sete anos de trabalho e voltou para o Rio de Janeiro.

"Quando assinei contrato o dólar estava R$ 2,09. Mas saltou para R$ 13 depois das sanções. Quem tinha contrato na moeda americana passou a ter dificuldades para receber", afirmou à reportagem. "Muitos amigos que estavam na mesma situação também retornaram".

Foi o mesmo caso de Marco Aurélio, que comandou durante os sete últimos meses a seleção iraniana sub-20. "Meu contrato terminou no final do ano e havia a possibilidade de renovar a partir de abril. Mas além da questão política, tem o lado econômico também. A proposta não foi boa financeiramente".

Ambos tiveram problemas com atrasos salariais. Mesmo assim Marco Otávio ainda cogita retornar ao Irã. "Lá tinha vida calma e bacana, é um lugar sem violência, um país organizado, só tem de obedecer as regras do islamismo", comentou.

Marco Aurélio não é tão otimista assim com o país e criticou o autoritarismo do governo iraniano. "Há um mês e meio houve aumento da gasolina. Para não haver nenhuma revolta, o governo cortou a internet por uma semana", exemplificou.

O ataque dos Estados Unidos, de certa maneira, também contribui para abafar a insatisfação do povo iraniano. Segundo Marco Aurélio, houve uma comoção do país após a morte do líder do exército. "Diante dessa situação, quem era contra, volta a apoiar o governo em torno de um inimigo em comum. Para mim, é questão de dias para haver alguma resposta aos Estados Unidos", disse.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jojo Todynho Há 23 Horas

Jojo Todynho veste roupa que usava antes de perder 50kg. "Saco de batata"

mundo EUA Há 2 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

fama Brian McCardie Há 23 Horas

Morre Brian McCardie, ator da série Outlander, aos 59 anos

fama Bastidores da TV Há 16 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

brasil MORTE-SC 02/05/24

Adolescente de 14 anos morre após ser picado por cobra venenosa em SC

mundo Londres Há 23 Horas

Responsável por ataque com espada em Londres tem cidadania brasileira

esporte Arábia Saudita 02/05/24

Sem folga: Al Hilal treina após garantir vaga na final; veja as imagens

fama MADONNA-CANTORA Há 17 Horas

Madonna pede para aprovar figurino de Anitta antes do show em Copacabana

economia INSS Há 22 Horas

INSS começa a pagar 13º antecipado; veja quem tem direito

fama Bruna Biancardi 02/05/24

Bruna Biancardi posta foto de quando era bebê e se compara a Mavie