Polícia rebate suspeitas, e defesa de miliciano quer perícia em corpo

Segundo a secretaria, Adriano foi morto após reagir à ação policial.

© Divulgação

Justiça ADRIANO-NÓBREGA 14/02/20 POR Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A suspeita de que Adriano da Nóbrega, ex-PM ligado ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), tenha sido morto com tiros disparados a curta distância foi classificada como "infundada" pela Secretaria da Segurança da Bahia, enquanto a defesa do miliciano avalia ter sido reforçada a tese de "queima de arquivo". 

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A revista Veja obteve fotos feitas após a autópsia do corpo do ex-capitão, morto em Esplanada (BA) no último domingo (9) em operação policial. Dois especialistas ouvidos pela reportagem analisaram as imagens e consideraram haver indícios de que Adriano tenha sido atingido a curta distância.

Em nota, a Secretaria da Segurança da Bahia, ligada ao governo Rui Costa (PT), qualificou as informações de "infundadas" e afirmou que as fotografias apresentadas pela revista não são oficiais.

"Dessa forma, os peritos não podem afirmar se foram de alguma forma manipuladas ou não e, portanto, não podem se manifestar sobre as mesmas."

Segundo a secretaria, Adriano foi morto após reagir à ação policial. Ela diz que as lesões por arma de fogo "não foram feitas com proximidade". "É impossível afirmar distância dos disparos, sem a reprodução destes, promovida com a mesma arma e munição similar, contra um anteparo", afirma.

O advogado Paulo Emílio Catta Preta, defensor de Adriano, avaliou que as fotografias do corpo do ex-PM reforçam a suspeita de "queima de arquivo", embora ele ressalve não ter tido acesso aos laudos.

Após a morte do miliciano, Catta Preta disse ter sido procurado por seu cliente dias antes, por meio de uma ligação em que Adriano dizia ter certeza que de seria morto. 

A companheira de Adriano pediu na Justiça que o corpo do ex-PM fosse levado para o IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro para que fosse preservado e submetido a uma perícia particular, contratada pela família.

O juiz Gustavo Schilling, responsável pela ação penal contra Adriano, autorizou o envio do corpo para o IML para preservar o corpo, mas não se manifestou sobre a perícia particular por não fazer parte do objeto do processo. A defesa ainda tenta viabilizar judicialmente a análise de seus técnicos.

O corpo permanecia até a tarde desta sexta-feira (14) em uma funerária na Baixada Fluminense.

A família de Adriano chegou a tentar cremar o corpo do ex-PM. Mas a Justiça também impediu, pelo fato da morte ter ocorrido em circunstâncias violentas.

Apontado como chefe de milícia no Rio, Adriano morreu baleado com dois tiros, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia. As perfurações causaram lesões no tórax, no pescoço e na clavícula, além de quebrar sete costelas.

Homenageado duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio pelo hoje senador Flávio Bolsonaro, Adriano é citado na investigação que apura a prática de "rachadinha" (esquema de devolução de salários) no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. O miliciano teve a mãe e a mulher nomeadas para cargos quando Flávio era deputado estadual no Rio.

As fotos acessadas pela Veja também mostram que Adriano tinha um ferimento na cabeça e uma queimadura no lado esquerdo do peito.

Malthus Galvão, médico legista da Universidade de Brasília, afirmou que marcas vermelhas próximas da região do peito indicam um disparo a uma distância de no máximo 40 centímetros, considerando um revólver ou uma pistola. A polícia da Bahia fala em uma distância de ao menos um metro e meio de distância, segundo divulgado pelo O Estado de S. Paulo.

Uma outra marca de tiro na região do pescoço, afirmou Galvão, pode ser decorrência de um disparo feito após a vítima ter caído no chão. Uma hipótese mencionada pela reportagem sobre a queimadura é a de ter sido provocada pela boca de uma arma de cano longo após um tiro.

A Secretaria da Segurança da Bahia afirmou também que a lesão na face de Adriano não se trata de equimose, mas de um queimadura. O corte na cabeça, diz a pasta, pode ter sido provocado por uma queda.

O governo baiano não se manifestou em relação à análise feita pelos peritos sobre a marca de tiro no pescoço.

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