Witzel sobre vídeo de Bolsonaro: 'Resposta jurídica é o impeachment'

Segundo o governador do Rio de Janeiro, os protestos são "uma afronta à Constituição"

© Reuters

Política Governador 28/02/20 POR Folhapress

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse nesta quinta-feira (27) que o impeachment é a resposta jurídica para a atitude de Jair Bolsonaro de divulgar vídeos convocatórios para manifestações contra o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal) marcadas para 15 de março. 

PUB

Segundo o governador, os protestos são "uma afronta à Constituição" e, se o presidente quisesse fazer algo em "caráter pessoal" -como justificou o disparo das mensagens-, deveria renunciar ao cargo.

"A resposta jurídica para isso é o impeachment", afirmou Witzel após participar de um evento em Washington, nos EUA. Ele disse que o comportamento do presidente dá apoio "a um movimento destrutivo para a democracia."

"Quem exerce um cargo de mandatário do povo para poder criar dias melhores para a população, um diálogo respeitando as instituições, não pode ter um comportamento como esse. O que se espera do presidente é que ele respeite as instituições, é que ele dialogue com o Congresso, dialogue com os governadores."

"Quer fazer em caráter privado? Renuncie à Presidência da República e pode fazer em caráter privado. Enquanto ele for presidente, o que ele fala, o que ele faz, o que ele comunica, para quem quer que seja, é comunicação do presidente da República, e nós não podemos aceitar que um presidente da República, diante de uma movimento destrutivo da democracia, compartilhe esse tipo de vídeo."

Na terça-feira (25), Bolsonaro enviou vídeos a amigos pelo WhatsApp que conclamam a população a ir às ruas para atos contra o Congresso e o STF, gerando reação de diversas autoridades. 

Pressionado por integrantes do Legislativo e do Judiciário, o presidente agiu para tentar aplacar a crise. Disse que troca mensagens de "cunho pessoal" no aplicativo e que "qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República."

Decano do STF, Celso de Mello já havia reagido à atitude de Bolsonaro e disse que a conclamação do presidente para os atos contra a corte e o Congresso, "se confirmada", revela seu despreparo para o cargo."O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República", afirmou Mello à Folha de S.Paulo.

A Constituição vincula a infração de crime de responsabilidade a atos do presidente que agridam o livre exercício do Legislativo.

Witzel e Bolsonaro estão em constante disputa política e, no ano passado, a relação esgarçou ainda mais quando o presidente acusou o governador de ter interferido nas investigações do Ministério Público sobre  suposto esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio e no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.

O governador, que se elegeu em 2018 com uma agenda ligada a Bolsonaro, nega qualquer tipo de intervenção nas apurações e disse que estuda entrar como uma queixa-crime contra o ex-aliado no Supremo.

Na avaliação de Witzel, há outros motivos, para além da divulgação dos vídeos por Bolsonaro, que poderiam levar ao impeachment do presidente. A falta de diálogo com os governadores e a crise econômica são dois deles.

"Se não gerar emprego, não resolver o problema dos estados e municípios, a economia não avançar, ele próprio [Bolsonaro] vai ser colocado para fora do poder, ou pelo voto em 2022, ou num processo de impeachment que naturalmente vai ser levado a efeito diante daquilo que ele está fazendo contra as instituições democráticas."

O governador afirmou que havia recebido o vídeo nesta quinta de um deputado federal e estendeu o celular a jornalistas para mostrar as imagens de parlamentares, governadores e dos presidentes da Câmara, do Senado e do STF sob ataques.

No filme, em que Witzel também aparece, as autoridades são identificadas como doenças e Bolsonaro, como salvador do país, sob a trilha sonora de "O Pulso", interpretada pela banda Titãs.

"Você querer incriminar o Congresso, sem provas, sem qualquer fundamento minimamente jurídico ou de fato, um movimento como esse é um movimento que não está buscando o bem do país, está buscando a desconstrução do país, a desconstrução das instituições", completou o governador.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Santos Há 11 Horas

Homem é flagrado abusando sexualmente de moradora em situação de rua

politica CHUVA-RS Há 6 Horas

Mortes pelas chuvas chegam a 75 e governador fala em 'Plano Marshall'

mundo Miami Há 15 Horas

Saco com é cobras encontrado nas calças de passageiro em aeroporto

fama MADONNA-RIO Há 14 Horas

Madonna fez da praia de Copacabana a maior pista de dança do mundo

fama MADONNA-RIO Há 9 Horas

Madonna posta vídeo abraçada com Pabllo Vittar e agradece ao Brasil

fama Bruce Willis Há 15 Horas

Após diagnóstico de demência, como está Bruce Willis?

fama BERNARD-HILL Há 8 Horas

Morre Bernard Hill, que atuou em 'Titanic' e 'Senhor dos Anéis', aos 79 anos

brasil Rio Grande do Sul Há 11 Horas

Loja da Havan fica debaixo d'água em Lajeado, no Rio Grande do Sul

fama Rio de Janeiro Há 15 Horas

Madonna encerra show histórico em Copacabana com homenagem a Michael Jackson

brasil CHUVA-RS Há 8 Horas

Nível recorde do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de 'inundação severa'