Com 47 casos no Amazonas, fábricas da Zona Franca começam a parar

Com 47 casos de coronavírus no Amazonas, fábricas da Zona Franca começam a parar

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Economia ZONA-FRANCA 24/03/20 POR Folhapress

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - A pandemia do novo coronavírus, com 47 casos confirmados no Amazonas, começa a afetar a produção na ZFM (Zona Franca de Manaus).

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Apesar de o governador Wilson Lima (PSC) ter afirmado, na última segunda-feira (23), que a Zona Franca não vai parar "por enquanto", ao menos três grandes empresas -Samsung, Transire e Honda- anunciaram a suspensão temporária de suas atividades.

A Samsung, que tem cerca de 5.000 funcionários, fechou as portas nesta terça-feira (24); a Transire, com ao menos 1.200 trabalhadores, suspende a atividade na quarta-feira (25). Na sexta, será a vez da Moto Honda, com 7.000 empregados.

A Samsung anunciou o fechamento da fábrica de Manaus por seis dias. Os funcionários dos escritórios em São Paulo também estão em home office desde segunda.

Já o presidente da Transire, empresa que produz máquinas de cartões de crédito e débito, Gilberto Novaes, anunciou, por meio das redes sociais, que 80% dos colaboradores devem entrar em licença remunerada a partir desta quarta e, até quinta-feira, os outros 20% também serão dispensados. A paralisação deve durar 15 dias.

Uma das maiores indústrias da Zona Franza, a Moto Honda suspende a atividade na sexta, com retorno previsto para 13 de abril – a data, porém, ainda pode ser postergada. Os colaboradores entrarão de férias coletivas a partir de 30 de março.

Mas, sem um decreto estadual paralisando oficialmente as atividades na ZFM, que concentra mais de 80 mil trabalhadores, a maioria das indústrias ainda segue funcionando, segundo o presidente do CIAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco.

"As atividades não foram paralisadas, mas tem empresa que decidiu deixar em casa os funcionários do grupo de risco, menores aprendizes e mulheres grávidas, medidas que discutimos por videoconferência na semana passada", diz Périco.

Além disso, segundo ele, as fábricas que optaram por continuar operando assumiram o compromisso de adequar o layout das linhas de produção para garantir espaçamento mínimo de um metro entre os operários.

Também se disseram dispostas a oferecer equipamentos de proteção individual, criar turnos alternados nos refeitórios para evitar aglomerações, disponibilizar álcool em gel nos corredores e banheiros e, algumas delas, controlar a temperatura dos funcionários, por meio de câmeras termográficas.

Os ônibus que transportam funcionários passaram a circular com as janelas abertas e o ar condicionado desligado. Ele não soube precisar quantas empresas já adotaram tais medidas, mas afirmou que a maioria informou que já foram implementadas.

REDUÇÃO DA JORNADA

Os cuidados redobrados e a quarentena voluntária, no entanto, não bastam para tranquilizar os trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, disse que o sindicato propôs às empresas um acordo formal para a redução de jornada de trabalho, dispensa dos trabalhadores do grupo de risco e adequação dos ônibus, refeitórios e linhas de produção para evitar contaminação por pessoas assintomáticas.

"Nas linhas de produção as pessoas ficam a 20 centímetros umas das outras. Nos ônibus vão 40 pessoas juntas, no ar condicionado. Nos refeitórios então, não tem como não ter aglomeração", disse Santana, que cobra uma normatização entre todas as empresas, e não apenas a quarentena voluntária, como ocorre hoje.

"Nem todas as empresas estão aderindo e quem fica exposto é o trabalhador e suas famílias, que vivem com medo", afirmou ele, sem, no entanto, citar quais empresas não estão tomando as precauções.

Uma das que ainda não parou de operar foi a LG Electronics da Amazônia. A empresa informou que cancelou as viagens internacionais e os servidores que viajaram foram colocados em quarentena.

Além disso, foram adotadas medidas como protocolos de atendimento médico, esterilização dos ônibus, distribuição de máscaras e pontos de álcool em gel e instalação de câmeras termográficas nas portarias e de um consultório para acompanhamento de casos suspeitos entre os mais de 2.000 funcionários da fábrica de Manaus.

Operários da Zona Franca ouvidos pela reportagem se dizem preocupados com a pandemia mesmo as empresas tomando medidas de higienização. Uma funcionária da LG, que pediu anonimato, gostaria que as medidas fossem ampliadas, como a de liberar idosos da linha de produção.

Uma funcionária da Samsung, que também não se identificou, se disse aliviada após a notícia da suspensão das atividades. Ela, que mora com o filho pequeno e os pais idosos, saía receosa para trabalhar.

DECISÃO DAS EMPRESAS

A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) informou que cabe às empresas decidir pela paralisação ou não das atividades, desde que, em funcionamento, atendam às recomendações do Ministério da Saúde.

Ainda segundo a Suframa, a superintendência está em nível 2 de alerta para a Covid-19, com a suspensão de reuniões e viagens de servidores, bem como acesso restrito às dependências da autarquia.

Todos os servidores que realizam serviços não essenciais, bem como os que viajaram recentemente para outros países, idosos, doentes crônicos, gestantes ou lactantes e pessoas cujos filhos tiveram as aulas suspensas foram liberadas para ficar em casa ou para o teletrabalho.

Até o superintendente, Alfredo Menezes, está de quarentena – ele havia se reunido com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que testou positivo, há dez dias.

Apesar do receio com a pandemia, para o governador Wilson Lima ainda é cedo para falar em paralisação da ZFM.

"Por enquanto a gente não fecha as empresas do Distrito Industrial e vamos observando à medida que for evoluindo e a gente avalia lá na frente que medidas adotaremos. Certeza é que vai ter prejuízo, há previsões que apontam até 28% de perda na economia, mas precisamos de 15 a 20 dias para enxergar com mais clareza", disse ele nesta segunda-feira (23) em entrevista à imprensa transmitida pela internet.

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