'Presidente só pensa na eleição de 2022', afirma Witzel

Wilson afirma que Bolsonaro vê todos os que têm "destaque maior" na política como potenciais adversários na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022

© Antonio Cruz / Agência Brasil

Política Rio de Janeiro 27/03/20 POR Estadao Conteudo

Eleito na onda bolsonarista de 2018, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirma que o presidente Jair Bolsonaro vê todos os que têm "destaque maior" na política nacional como potenciais adversários na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. Nessa percepção estaria a origem da crise entre ele e os governadores. Witzel diz que Bolsonaro cometeu improbidade administrativa ao atacar recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, favoráveis ao confinamento para diminuir a velocidade do contágio do coronavírus. Witzel acha, contudo, que o momento não é adequado a um processo de impeachment. A seguir, os principais trechos da entrevista:

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Como o sr. avalia a estratégia do presidente de combate ao coronavírus?

Desastrosa. Na medida em que o pronunciamento se dissocia dos atos administrativos já existentes, até do próprio governo, ele incide em improbidade administrativa, porque praticou desvio de finalidade no ato convocatório em cadeia de rádio e televisão, e fala absolutamente contra o que já estava estabelecido.

Ele tem que responder juridicamente por isso?

Juridicamente, sim. Está na recomendação do Ministério Público Federal: desvio de finalidade. Diz que o pronunciamento do presidente refutou a necessidade de isolamento social, criticando o fechamento das escolas e do comércio.

Quais providências?

Ação de improbidade, no mínimo. O presidente deveria agora, em cadeia nacional, fazer novo pronunciamento e corrigir o equívoco, o que não o impede de ser responsabilizado pelo anterior. Desautorizar os governadores cria para nós uma situação de desobediência civil.

Juridicamente teria motivo para impeachment? E politicamente, tem clima?

Estamos vivendo muitas crises. Econômica, de saúde. Neste momento, o mais racional é convencer o presidente de que ele tem que fazer a coisa certa, e deixar para pensar em qualquer outra situação depois que superarmos o coronavírus. Não é hora de se falar em impeachment, que vai paralisar o Congresso.

Qual é a saída política para o cabo de guerra entre o presidente e os governadores?

Está faltando ao presidente entender que é preciso buscar o consenso na política.

O que pesa? É a sucessão de 2022? O sr. é percebido pelo presidente como adversário.

Todo mundo que tem um destaque maior ele acha que vai ser candidato a presidente. O único que está pensando em eleição em 2022 é o presidente. Todos os outros estão trabalhando. E ele vê todos os outros como adversários. As ações dele demonstram que todo mundo que faz o seu trabalho e está fazendo o certo, acertando, vira inimigo para ele.

Inclusive o ministro Mandetta?

O ministro Mandeta,.. quem mais entrou? Daqui a pouco o (Paulo) Guedes também entra...Ou seja, todo mundo que está fazendo o seu trabalho e que acaba, de uma forma ou de outra, tendo protagonismo, vira adversário do presidente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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