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"Mais 89%, é o aumento do número de chamadas para a linha de apoio registrado na semana passada", disse o secretário de Estado francês para a Proteção da Criança, Adrien Taquet, em declarações no Senado (câmara alta do parlamento francês).
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"Isto não nos surpreende, é um sinal do aumento da violência durante este período de confinamento. Mas também quero vê-lo como um sinal, um barômetro da nossa vigilância acrescida" em termos da violência contra as crianças, declarou Adrien Taquet.
Em média, a linha de apoio para crianças em risco (que em França tem o número 119) recebeu cerca de 700 chamadas por dia.
Desde o início deste mês, e para responder aos potenciais riscos para a ocorrência de violência intrafamiliar (que é relativa a ou acontece no interior da família ou do grupo familiar) por causa do confinamento decretado devido à pandemia da covid-19, a linha telefônica foi reforçada com uma outra linha na Internet para denúncias.
Este novo serviço online, destinado a vítimas que não conseguem estar sozinhas para contatar a linha telefônica de apoio, registrou mais de 200 referências por semana, segundo precisou o secretário de Estado francês.
Desejando que "todas as chamadas não fiquem sem resposta", o governante apelou a uma maior coordenação entre as unidades de recolha de informação e os assistentes sociais, para que possam ser realizadas as investigações a famílias onde as crianças estão em perigo.
Estima-se que uma criança morra a cada cinco dias em França na sequência de violência doméstica e que cerca de 52 mil menores são vítimas de violência, maus-tratos ou de abandono todos os anos.
França registra, desde o início da pandemia, um total de 20.796 mortos e 117.304 casos confirmados de covid-19, segundo dados anunciados na terça-feira.
As medidas de confinamento decretadas pelo governo francês prolongam-se até 11 de maio.
A nível global, o novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 178.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.