Sem espaço para enterrar as vítimas da Covid-19, Manaus empilha caixões

As primeiras imagens dos enterros coletivos, que rodaram o mundo, foram feitas pelos próprios familiares

© Reuters 

Brasil Desesperador 28/04/20 POR Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Diante do colapso no sistema de saúde e de uma explosão no número de enterros, a Prefeitura de Manaus está empilhando caixões em uma vala comum para poder dar conta de todos os sepultamentos das vítimas do novo coronavírus.

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Há uma semana, a prefeitura passou a enterrar os corpos um ao lado do outro, em uma vala comum no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã.

Desde então, o número de mortes continuou a aumentar, e a prefeitura decidiu abrir uma cova mais funda para permitir o sepultamento em camadas, ou seja, o empilhamento dos caixões.

Veja também: Mortes por coronavírus chegam a demorar até um mês para confirmação

Antes da pandemia, o cemitério realizava cerca de 30 enterros por dia. Na última semana, esse número triplicou e, neste domingo (26), chegou ao pico, com 142 sepultamentos. A prefeitura projeta que mais de 4.000 pessoas devem ser enterradas no mês de maio.

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Vídeos que circulam nas redes sociais mostram familiares criticando e questionando a necessidade de empilhamento dos caixões.

"O espaço que tem para enterrar é esse. Acabou esse espaço, não vai ter para enterrar mais ninguém", diz um policial militar a familiares das vítimas da Covid-19 em uma gravação.Em outro vídeo, uma pessoa mostra uma cova funda e diz: "Essa aqui é a vala que eles vão enterrar três, um em cima do outro".

Para tentar reduzir o número de sepultamentos, a Prefeitura está arcando com os custos da cremação dos corpos, para famílias que estejam de acordo com essa alternativa.

No sábado (25), jornalistas foram barrados de entrar no cemitério. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), restringiu o acesso da imprensa ao cemitério após reportagem da Folha de S. Paulo mostrar aglomeração de familiares e coveiros sem EPI (equipamentos de proteção individual) em enterros de vítimas da Covid-19, contrariando orientação do Ministério da Saúde.

Na terça-feira (21), em meio à explosão no número de enterros, a prefeitura de Manaus proibiu a entrada de jornalistas nos cemitérios municipais alegando "consecutivos conflitos entre familiares e a imprensa". Nesse mesmo dia, passou a enterrar mortos pela Covid-19 numa vala comum.

As primeiras imagens dos enterros coletivos, que rodaram o mundo, foram feitas pelos próprios familiares. Alguns fotógrafos furaram o bloqueio, e outros usaram drones.

Na quinta-feira (23), após negociação com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, a prefeitura limitou a presença da imprensa das 9h às 11h, de segunda a sexta-feira. Além disso, apenas cinegrafistas e fotógrafos têm permissão para entrar no cemitério Nossa Senhora Aparecida.

Em novo comunicado, a prefeitura comandada por Virgílio Neto disse que a decisão foi "pautada pela ética e pelo jornalismo cívico, voltado ao interesse do cidadão" e voltou a dizer que o motivo da restrição ocorreu "por conta de conflitos registrados entre os profissionais e os familiares".

Com todos os leitos públicos de UTI ocupados, o Amazonas já contabilizou 3.928 casos confirmados do novo coronavírus e 320 mortes em decorrência da Covid-19. Manaus concentra 2.738 das infecções e 256 mortes.

Veja também: Brasil registra 338 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas

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