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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira, 29, que os choques entre poderes não ajudam a democracia do País. A declaração foi dada após críticas do presidente Jair Bolsonaro à decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender o decreto de nomeação de Alexandre Ramagem.
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Em sua conta oficial no Twitter, Fernando Henrique disse ainda que cabe ao presidente nomear o diretor da Polícia Federal. "Se o STF mantiver a decisão de afastar o nomeado, terá de definir pessoalidade e moralidade pública", afirmou. Segundo ele, é preciso ver os dados e argumentos antes de "aplaudir" ou "rechaçar" a decisão provisória.
<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">Os choques entre poderes não ajudam a democracia. Acho que cabe ao Pr nomear o diretor da PF. Se o STF mantiver a decisão de afastar o nomeado terá de definir pessoalidade e moralidade pública. A ver os dados e argumentos antes de aplaudir ou rechaçar a decisão provisória.</p>— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) <a href="https://twitter.com/FHC/status/1255638236275277825?ref_src=twsrc%5Etfw">April 29, 2020</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>
Nesta quarta-feira, 29, Alexandre de Moraes suspendeu o decreto de nomeação do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para a direção-geral da Polícia Federal. A decisão liminar atendeu ao pedido apresentado pelo PDT após o governo baixar decreto confirmando a indicação. Depois da decisão, o mandatário publicou decreto anulando a nomeação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Sem citar Moraes, Bolsonaro disse mais cedo que não desistiu do sonho de ter delegado Ramagem à frente da corporação no futuro. "O senhor Ramagem, que tomaria posse, foi impedido por uma decisão monocrática. Gostaria de honrá-lo hoje dando posse como diretor-geral da PF. Tenho certeza que esse sonho brevemente se concretizará para o bem da nossa PF e do nosso Brasil."
Após a Advocacia-Geral da União (AGU) ter informado que não irá recorrer da liminar que suspendeu a nomeação de Ramagem, o presidente desautorizou o órgão e disse que o governo vai tentar reverter a decisão. "Quem manda sou eu", afirmou a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.