Saúde demite autores de nota distorcida que cita aborto legal

O texto que incomodou o presidente, no entanto, é uma nota técnica sobre acesso à saúde sexual e saúde reprodutiva durante a pandemia.

© Erasmo Salomão / ASCOM MS

Política Eduardo Pazuello 05/06/20 POR Estadao Conteudo

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerou dois de três técnicos da pasta que assinam nota técnica sobre acesso à saúde sexual e reprodutiva na pandemia. O documento foi distorcido pelo presidente Jair Bolsonaro em postagem nas redes sociais, sugerindo que houve uma tentativa de legalizar o aborto.

PUB

Na quarta-feira, 3, minutos antes de divulgação sobre a confirmação de 1.349 mortos pela covid-19 em 24 horas, número até então, o presidente Bolsonaro afirmou que o ministério estava atrás de autores de uma "minuta de portaria apócrifa sobre aborto". Nas publicações, o presidente ainda afirmou ser contra interrupção de uma gravidez.

O texto que incomodou o presidente, no entanto, é uma nota técnica sobre acesso à saúde sexual e saúde reprodutiva durante a pandemia. O documento não defende a legalização do aborto.

O Ministério da Saúde, na nota, orienta, entre outros pontos, para a manutenção de procedimentos de aborto legal, que só são autorizados em três situações: quando a gravidez é resultado de estupro, se não há outro meio de salvar a vida da gestante e em casos de fetos com anencefalia.

A edição desta sexta-feira, 5, do Diário Oficial da União, registra as demissões de Flávia Andrade Nunes Fialho, da coordenação de Saúde das Mulheres, e de Danilo Campos da Luz e Silva, da coordenação de Saúde do Homem.

Integrantes do ministério afirmam que outros técnicos da Secretaria de Atenção Primária a Saúde (SAPS) devem ser exonerados em represália do governo pela nota, ainda que o conteúdo seja diferente do que sinaliza Bolsonaro.

Procurado, o Ministério da Saúde não confirma novas exonerações. A pasta disse que o documento foi "indevidamente veiculado" e ainda não havia sido aprovado pela SAPS. "Desta forma, a referida minuta não possui legitimidade desta Secretaria e o assunto em comento não foi discutido no âmbito do Ministério da Saúde."

A nota técnica aponta "preocupação com o incremento significativo nas taxas de morbidade e mortalidade materna nos 26 Estados e no Distrito Federal" durante a pandemia, além do aumento de casos de violência contra a mulher.

"Como consequência pode-se esperar o aumento de gravidezes indesejadas resultantes de relação sexual forçada. O acesso em tempo oportuno à contracepção de emergência deve ser pensado de modo a responder a esta necessidade das mulheres", diz a equipe da Saúde.

O documento reforça ações "já previstas" pelo governo sobre saúde das mulheres e faz recomendações como monitorar estoques de métodos contraceptivos, capacitar equipes contra violência sexual e "reiterar a continuidade dos serviços de assistência aos casos de violência sexual e aborto legal."

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 18 Horas

Mulher vence loteria de 1 milhão pela segunda vez em 10 semanas

brasil Brasil Há 16 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"

tech WhatsApp Há 17 Horas

WhatsApp deixa de funcionar em 35 celulares antigos; veja a lista

fama MADONNA-RIO Há 18 Horas

Madonna passa som em Copacabana com Pabllo Vittar; veja as fotos

tech Espaço Há 18 Horas

Missão europeia revela imagens mais detalhadas da superfície do Sol

mundo EUA Há 20 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

brasil CHUVA-RS Há 19 Horas

Temporais no RS matam 31, inundam cidades e isolam moradores sem resgate

fama Bastidores da TV Há 16 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

brasil CHUVA-RS Há 16 Horas

Temporais devem continuar a atingir o RS e vão chegar a SC até o fim de semana

fama Brad Pitt Há 16 Horas

Brad Pitt faz passeio romântico com a namorada Ines de Ramon