Ocupação de leitos para covid-19 atinge 100% em Natal e Mossoró

Cipriano Maia declarou que ainda não é possível afirmar que o Estado encara o pico da doença

© Getty

Brasil Pandemia 09/06/20 POR Estadao Conteudo

A ocupação de leitos específicos para o tratamento dos pacientes com suspeita ou confirmação para a infecção pelo novo coronavírus atingiu a capacidade máxima em Natal e Mossoró, as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte, ao longo do fim de semana. Foi a primeira vez desde o início a pandemia de covid-19, que estes municípios atingiram o pico de uso desses leitos simultaneamente. Até a noite do domingo, 7, a Central de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), contabilizava 11 pacientes em estado crítico, aguardando um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

PUB

Apesar da pressão sobre o sistema público de saúde, o titular da Sesap/RN, Cipriano Maia, declara que ainda não é possível afirmar que o Estado encara o pico da doença. Em uma semana, o número de mortes pela covid-19 no Rio Grande do Norte cresceu 26,9% (de 323 óbitos no dia 1.º de junho para 410 no dia 6 de junho), conforme dados mais atualizados da Sesap/RN. Mesmo com todos os leitos para o tratamento da doença ocupados nas cidades consideradas epicentros no Estado, Cipriano Maia evita confirmar que o sistema de saúde local está colapsado.

"A taxa de ocupação de leitos críticos e a crescente demanda nas portas de urgência, associados aos baixos índices de isolamento social vigentes até a semana passada, têm produzido uma situação de estresse máximo sob os serviços de saúde", explicou Cipriano Maia. O governo do Rio Grande do Norte prevê abrir mais 114 leitos para tratar casos da pandemia nos próximos 15 dias. Desses, 63 serão de UTI.

Dos 219 leitos abertos pelo Estado desde o início da pandemia, 171 estão ocupados hoje. Outros 12 encontram-se disponíveis e 37 bloqueados. O Rio Grande do Norte poderia ter mais leitos à disposição da população com sintomas ou confirmados para o novo coronavírus. Entretanto, 51,4% do total dos leitos bloqueados se encontram nesse status por falta de mão de obra. O Estado enfrenta dificuldades para ampliar o quadro de profissionais de saúde para atuar no combate à pandemia. Nem mesmo os processos seletivos simplificados foram capazes de preencher as vagas temporárias abertas pela Sesap/RN nos últimos 60 dias.

Corrida contra o tempo

Ao longo de 30 anos de funcionalismo público no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) em Natal, a enfermeira Neide Rodrigues da Silva Santos, de 69 anos, ajudou milhares de pacientes. Durante quatro dias, vendo o filho apresentar todos os sintomas de infecção para a covid-19 e desenvolvendo quadro de falta de ar, ela entrou em desespero.

"Ajudei salvar muitas vidas e hoje me desespero para salvar a vida do meu filho e tenho as mãos atadas", relata emocionada. A enfermeira aposentada atuou a maior parte da sua vida profissional tratando de pacientes internados em leitos de UTI. E foi justamente pela falta de um deles, anos depois da sua aposentadoria e dessa vez para o filho de 45 anos, o sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Robson Cosme de Souza, que ela fez um apelo após tantas negativas das autoridades de saúde locais.

"Fiz um apelo nas redes sociais. Mexi com os grandes, que não querem ser expostos. Eu procurei, falei com A, B e C. Não recebi nenhum apoio da Corporação (PMRN). Ninguém de lá fez nada mesmo sabendo que ele se infectou enquanto trabalhava, defendendo a população. Ele se infectou trabalhando", afirmou Neide Santos.

Robson Cosme de Souza ficou numa cadeira reclinável, onde recebia soro e respirava com ajuda de aparelhos, por quatro dias. "Meu filho não conseguia se levantar para fazer xixi de tão cansado que ficava. Faltava ar e ele estava piorando", relembrou a mãe angustiada. Somente após a repercussão do caso nas redes sociais, a Sesap/RN conseguiu transferir Robson Cosme para um leito de UTI do Hospital da Polícia Militar, referenciado para a covid-19, na zona leste de Natal.

No início de maio, dois idosos morreram à espera de leito de UTI. Ambos apresentavam sintomas para a covid-19 e a burocracia da regulação dos leitos retardou a liberação da vaga. Eles não resistiram e morreram nas Unidades de Saúde de Ipanguaçu e São Rafael, na região oeste do Rio Grande do Norte.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 13 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

mundo EUA Há 11 Horas

Mulher vence loteria de 1 milhão pela segunda vez em 10 semanas

brasil Brasil Há 10 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"

fama Bastidores da TV Há 10 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

tech Espaço Há 12 Horas

Missão europeia revela imagens mais detalhadas da superfície do Sol

brasil CHUVA-RS Há 12 Horas

Temporais no RS matam 31, inundam cidades e isolam moradores sem resgate

tech WhatsApp Há 11 Horas

WhatsApp deixa de funcionar em 35 celulares antigos; veja a lista

fama MADONNA-RIO Há 12 Horas

Madonna passa som em Copacabana com Pabllo Vittar; veja as fotos

fama Brad Pitt Há 9 Horas

Brad Pitt faz passeio romântico com a namorada Ines de Ramon

lifestyle Sintomas Há 20 Horas

Sente alguma dessas coisas? Você pode estar com problemas no coração