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A avaliação é da economista Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, que comentou há pouco a taxa de desemprego do mês passado, divulgada nesta manhã.
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De acordo com a economista, o problema maior da redução do rendimento médio real do trabalhador - provocada pela alta da inflação e do dólar - não se dará de imediato. "Ela ocorre num terceiro estágio", diz a economista, acrescentando que, quando este momento chegar, lá pelo ano que vem, o consumo cairá, a indústria produzirá ainda menos, isso afetará a atividade como um todo e os empresários acelerarão as demissões.
Antecedente
A taxa de desemprego, no entanto, ficou em 5,6% em julho, abaixo dos 6% registrados em junho, num movimento contrário ao de menor criação de vagas com carteiras assinadas segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que em julho anotou a abertura de apenas 41.463 vagas.
No mercado, segundo o AE Projeções, os analistas esperavam que o Caged fosse registrar a abertura de 70 mil a 138.800 vagas e que a taxa de desemprego do IBGE variasse de 5,60% a 6,20%. "A taxa de desemprego do IBGE veio abaixo do que quase todo mundo esperava e o Caged, pior", disse Mariana.
De acordo com a economista, quando se observa a taxa média de desemprego, a de julho, de 5,6%, não é muito diferente da do ano passado, que foi de 5,4%. Mas, apesar de não usar os dados do Caged para fazer suas previsões de desemprego, Mariana o considera um indicador antecedente da pesquisa do IBGE como sinalizador da dinâmica do mercado de trabalho.
Neste sentido, de acordo com ela, a tomar como base o menor número de abertura de vagas com carteira assinada em julho, a taxa de desemprego tende a aumentar nos próximos meses. "Se temos um saldo líquido de empregos formais e o sinal é de menos admissões e mais demissões, a taxa de desemprego vai aumentar", disse Mariana.