Ex-presidente da Fifa vira alvo de nova investigação na Suíça

Ele é acusado por um empréstimo concedido pela Fifa em 2010 à Associação de Futebol de Trinidad e Tobago

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Esporte Investigação 13/06/20 POR Estadao Conteudo

O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, é alvo de uma nova investigação criminal na Suíça por suspeita de má gestão no período em que foi presidente da entidade máxima do futebol. Ele teria efetuado um pagamento indevido de US$ 1 milhão (R$ 5 milhões) com fundos do futebol.

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Blatter foi notificado pelos promotores federais suíços de que ele é acusado por um empréstimo concedido pela Fifa em 2010 à Associação de Futebol de Trinidad e Tobago, de acordo com um relatório das autoridades suíças.

Blatter, de 84 anos, negou qualquer irregularidade durante décadas de escândalos financeiros relacionados à Fifa, apesar de ter sido banido da presidência e ser investigado em outro processo criminal. Agora, o suíço corre o risco de ser julgado em seu país de origem.

O pagamento saiu de uma conta da Fifa em 13 de abril de 2010, foi isento de juros, sem garantia e, posteriormente, dispensado como uma espécie de presente, detalhou o documento.

É a mais recente alegação em investigações federais suíças e americanas que vinculam a Fifa a pagamentos irregulares, beneficiando Jack Warner, ex-vice-presidente da entidade máxima do futebol e ex-presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf). O documento da promotoria suíça não vincula diretamente o momento do pagamento de US$ 1 milhão da Fifa com as eleições gerais em Trinidad e Tobago.

Warner foi condenado pela Justiça norte-americana em 2019 a pagar uma indenização de US$ 79 milhões (cerca de R$ 297 milhões, na cotação à época) pelo seu envolvimento em um dos vários escândalos de corrupção que estremeceram a Fifa há quatro anos. Ele luta contra um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, que pede que o dirigente deixe Trinidad e Tobago, onde ele negou ter cometido atos ilícitos.

Warner controlou por muito tempo um bloco importante nas eleições da Fifa até deixar o futebol depois de ter subornado os eleitores para se oporem a Blatter em 2011. Ele também foi político em Trinidad e se tornou ministro do governo após uma eleição geral realizada em maio de 2010.

Os nomes de dois ex-funcionários de alto escalão da Fifa - Jérôme Valcke, que foi secretário geral, e Markus Kattner, antigo diretor financeiro - também aparecem no documento, apontando-os como acusados.

A nova investigação data de 13 de maio de 2020, várias semanas depois que o Ministério Público da Suíça disse que encerraria um dos dois processos criminais abertos contra Blatter em 2015. A investigação já encerrada apurava irregularidades em um contrato assinado pelo dirigente suíço referente à venda de direitos de transmissão no Caribe da Copa do Mundo em 2005.

O processo criminal aberto em 2015 fez com que Blatter renunciasse à presidência da Fifa, cargo que ocupou por mais de 17 anos. O dirigente está cumprindo uma suspensão de seis anos do futebol, que expira em outubro de 2021.

Warner tentou vincular as autoridades da Fifa à sua carreira política doméstica em uma aparição na televisão em junho de 2015 em seu país de origem. Isso ocorreu alguns dias depois de Blatter anunciar planos de renunciar à presidência da órgão que controla o futebol mundial, em consequência das investigações federais nos Estados Unidos e na Suíça.

Warner foi um parlamentar da oposição desde 2007. Após uma transição de poder nas eleições de maio de 2010, tornou-se ministro de Obras e Transporte. Ele deixou seu assento no parlamento em 2015 vários meses depois de ser indiciado pelo Departamento de Justiça norte-americano.

As acusações de corrupção contra a Warner incluíram um pedido de suborno de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões) em troca de votos para designar a África do Sul como anfitriã da Copa do Mundo de 2010. A nova investigação suíça está sendo supervisionada pelo promotor Thomas Hildbrand, que já havia arquivado a ação criminal sobre os direitos de transmissão da Copa no Caribe.

Hildbrand se juntou no ano passado à equipe federal responsável pelas investigações no futebol, em meio a turbulências no Ministério Público. O principal promotor de crimes financeiros de colarinho branco deixou o cargo em 2018, apesar de ter sido liberado de uma queixa formal sobre sua conduta em casos da Fifa.

Em um escândalo de suborno da Fifa que chegou a um tribunal criminal suíço em 2008, Hildbrand processou executivos da empresa de marketing esportivo ISL, que vendia direitos de transmissão da Copa do Mundo e rotineiramente pagava propinas.

Um segundo processo criminal, este ainda em andamento, foi aberto pela Justiça suíça contra Blatter desde setembro de 2015, relacionado a pagamentos da Fifa ao ex-presidente da Uefa, Michel Platini. Essa alegação levou o comitê de ética da entidade a banir os dois dirigentes do futebol.

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