Ganhamos com um discurso e depois tivemos que mudar, admite Lula

De acordo com Lula, os partidos funcionam hoje baseados em grupos de interesse

© Reuters

Política Eleições 29/10/15 POR Estadao Conteudo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante fala de mais de uma hora em reunião do diretório nacional do PT nesta quinta-feira, 29, que a mudança de discurso do governo da presidente Dilma Rousseff após as eleições é um dos motivos que faz a atual crise política se arrastar por muito mais tempo. Outro aspecto, acrescentou, é a dificuldade na construção da coalizão política.

PUB

"Tivemos um problema político sério, porque ganhamos a eleição com um discurso e depois das eleições tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer", afirmou. Segundo ele, a construção de uma coalização ampla com vários partidos que, no espectro ideológico são considerados conservadores ou de direita, também contribuiu para prolongar a crise.

"É com essa gente que temos que governar. E são esses companheiros que têm que participar do governo para a gente construir não só a nossa governança, mas a nossa maioria dentro do Congresso", afirmou o ex-presidente, reconhecendo que o "ponto ideal" seria ter ganhado as eleições apenas com partidos de esquerda, "só com companheiros que pensam igual a gente".

Para além da coalizão e da mudança de discurso, o enfraquecimento dos partidos também tem aprofundado a crise política. Na avaliação deles, as direções e os líderes partidários já não têm mais o poder que tinham antes. "Líderes de partidos da Câmara já não conseguem mais liderar sua bancada. Quem está negociando sabe que está muito mais difícil fazer acordo com a direção de partidos ou com os líderes", afirmou o petista.

De acordo com Lula, os partidos funcionam hoje baseados em grupos de interesse. Ele afirmou que "os companheiros" só aceitam acordos após o atendimento a reivindicações, "às vezes uma reivindicação que não é importante". "Lamentavelmente é assim a vida política do País num regime de coalizão", afirmou.

O ex-presidente acrescentou que, nesse contexto, há ainda um "elemento novo", que é a força da influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre os deputados. "Verdade ou mentira (a força do peemedebista), o dado concreto é que estamos vivendo uma situação de certa estranheza de comportamento no Congresso", afirmou. "E obviamente o PT virou uma espécie de sapinho feio, ou seja, a coisa rejeitada". Com informações do Estadão Conteúdo. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 10 Horas

Morre aos 95 anos o ator e comediante José Santa Cruz

tech ESA Há 8 Horas

Sonda da Agência Europeia detecta 'aranhas' em Marte

mundo Titanic Há 11 Horas

Relógio de ouro do homem mais rico no Titanic vai ser leiloado

tech Ataque Há 7 Horas

Hackers vazam imagens de pacientes de cirurgia nus e prontuários de clínica de saúde sexual

esporte Brasil agora mesmo

Estátua de Daniel Alves em Juazeiro vai ser retirada; entenda

mundo Argentina Há 10 Horas

Bebê morre após ser abandonado pela mãe em stand de carros na Argentina

fama Casais famosos Há 2 Horas

Romances estranhos dos famosos (e que ninguém parece lembrar!)

fama Redes Sociais Há 57 mins

Livian Aragão, filha de Didi, sugere plágio e leva invertida na web

lifestyle Signos Há 7 Horas

Estes são os três signos que adoram ser independentes!

mundo Antártida agora mesmo

Vulcão ativo na Antártida expele pequenos cristais de ouro