Ambulante diz ter sido agredido por seguranças da CPTM mesmo algemado

Comerciante de apenas 19 anos afirmou ter sido agredido por seguranças da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos de São Paulo

© Reprodução

Justiça São Paulo 07/07/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um vendedor de 19 anos afirma ter sido agredido por seguranças, mesmo estando algemado, dentro de uma sala da estação Francisco Morato (Grande SP), linha 7-rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), por volta das 17h20 da quinta-feira (2).

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O rapaz afirmou ao Agora, nesta segunda-feira (6), que trabalha como ambulante há cerca de quatro anos. No dia que teria ocorrido a agressão, ele diz ter trabalhado desde o fim da madrugada até por volta das 13h. "Ai fiquei junto com uns amigos conversando [fora da estação]. Nem vimos o tempo passar e, quando percebi, já eram umas 17h", relembra.

Quando o ambulante descia as escadas rolantes para ir embora para casa, acompanhando de outro vendedor de 20 anos, ambos foram abordados por seguranças da CPTM. Os vigilantes, acrescentou o rapaz, pediram para que a dupla de amigos ficasse à frente dos seguranças. "Mas não confio, esses caras podiam estar na maldade. Aí, eu e meu amigo nos negamos a ficar na frente deles. Depois disso, um dos seguranças falou que a gente tinha jogado pedras neles."

Os vigilantes, acrescentou o vendedor, foram para cima da dupla, deixando um cassetete cair no chão. "Peguei o cassetete e segurei atrás de mim, não queria arrumar confusão, estava tentando explicar isso para os seguranças", garantiu o ambulante. Após devolver a arma a um vigilante, outros chegaram e um deles aplicou um mata leão no rapaz. O amigo dele conseguiu fugir.

Um vídeo, feito com celular, mostra o vendedor sendo conduzido, já imobilizado, por seguranças da CPTM e policiais ferroviários. "Já comecei a ser agredido aí, pois bateram em minha cabeça comigo já imobilizado", afirmou o vendedor.

Espancamento dentro de uma sala O vendedor relatou que os seguranças o levaram até uma sala, na estação Francisco Morato. Quando entraram no local, ele garante que o derrubaram no chão, o algemeram e disseram: "como seu amigo correu, você vai apanhar pelos dois."

"Fechei os olhos e me preparei para apanhar. Depois não conseguia enxergar direito, porque começou a cair sangue nos meus olhos também", relembra o ambulante.

O rapaz afirma ter sido agredido em todo o corpo com pontapés, cassetatas, coronhadas e também com o cano de um revólver, na região da costela, que ficou marcada.

As agressões foram interrompidas após o amigo que estava com o vendedor, na hora da abordagem dos vigilantes, gritar para pessoas na estação, em frente à sala onde ocorriam as agressões, para que parassem de bater no colega.

Outro vídeo de celular foi feito após a violência. "Olha minha cara como está [toda ensanguentada]. Estou algemado parça. Apanhei de cinco caras algemado. Seus lixos, seus lixos", afirma o ambulante, ferido.Após isso, todos foram encaminhados à delegacia de Francisco Morato, onde o caso foi registrado como lesão corporal.

PM sem máscara conduz ambulante Segundo imagens feitas com celular, um policial militar, sem máscara de proteção, conduz o vendedor agredido desde as catracas até a saída da estação da CPTM. Ao não usar o item de segurança, o policial descumpre resolução publicada no Diário Oficial que obriga o uso de máscaras em todo o estado de São Paulo.

O descumprimento da medida pode gerar multa de R$ 5.025,02, para comerciantes, e de R$ 524,59 para quem estiver circulando pela rua sem o item de segurança, incluindo policiais. As multas começaram de fato a ser aplicadas a partir da quinta-feira, mesmo dia em que o vendedor afirma ter sido agredido.

OUTRO LADO

A CPTM afirmou que quatro pessoas teriam jogado pedras, garrafas e latas em direção à plataforma 2 da estação Francisco Morato, na quinta-feira, "colocando em risco os passageiros que aguardavam o trem."

Além disso, a companhia acrescentou que agentes da estação foram agredidos por dois homens e, com apoio de policiais militares, a dupla foi encaminhada à delegacia, onde um boletim de ocorrência foi registrado. "A CPTM está apurando os fatos e irá representar a dupla [vendedores] pelos crimes de injúria e ameaça", diz trecho de nota.

Sobre o policial militar que atendeu à ocorrência sem máscara de proteção, a PM irá analisar as imagens e apurar a conduta do agente. A corporação acrescentou que "todos os seus policiais são orientados quanto ao uso correto das máscaras de proteção."

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