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Um acordo entre o Ministério da Saúde e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) propõe que sejam feitos cursos rápidos de oftalmologia que capacitem médicos de família. Assim, eles poderiam receitar óculos e, em casos graves, encaminhar o paciente para especialistas.
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De acordo com a Folha de S. Paulo, a assinatura de uma minuta revelando a intenção, feita em setembro, teve reação negativa de alguns oftalmologistas. Eles afirmam que um acordo nesse sentido faria com que fosse oferecido um atendimento de baixa qualidade para quem depende do SUS. Além disso, alegam que isso pode ferir os interesses de profissionais que estudaram por anos para ter o título de especialista.
Segundo o documento assinado, o curso tem duração de três meses, seria ministrado à distância e não irá conferir o grau de especialista. A reportagem do jornal conversou com André Muniz, presidente da União dos Serviços Oftalmológicos Credenciados ao SUS, que disse que "Se pagassem mais por consulta, haveria mais especialistas em áreas isoladas". Ele afirma que esse treinamento é apenas uma muleta, uma vez que o atendimento será feito por médicos "meia-boca" na especialidade.
Já o professor da USP e ex-presidente do CBO Milton Ruiz explica que essa é a melhor solução para a saúde oftalmológica do Brasil, pois "Há locais em que o oftalmologista mais próximo está a 400 km. Aí cria-se uma fila de casos que poderiam ser resolvidos no local, como a prescrição de óculos junto com casos de resolução cirúrgica".