Disputa entre PGR e lava jato enfraquece Moro, dizem especialistas

Para o MPF, o embate pode significar a diminuição do poder dos procuradores e o aumento da prestação de contas sobre suas atuações.

© Getty

Política Lava Jato 30/07/20 POR Estadao Conteudo

A troca de farpas entre a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Operação Lava Jato enfraquece a imagem do ex-ministro Sérgio Moro e tem potencial até para minar um possível projeto político do ex-juiz nas eleições presidenciais de 2022, segundo cientistas políticos ouvidos pelo Estadão. 

PUB

Nas últimas semanas, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disparou uma série de críticas à Operação, especialmente aos membros da força-tarefa no Paraná. Nesta quarta, 29, ele afirmou que "é hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure" e falou ainda em "caixa de segredos" e busca por transparência no Ministério Público Federal (MPF).

"Um conflito dessa natureza pode minar o projeto político de Moro e ao mesmo tempo enfraquecer o coração da Lava Jato em Curitiba, sobretudo os procuradores que ganharam os holofotes ao longo desses anos, como o Deltan Dallagnol", diz o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Teixeira. Para ele, investigações envolvendo a Operação devem atingir diretamente o ex-ministro da Justiça. "As acusações de Aras são graves. E vão em consonância com o que o ex-presidente Lula e o PT falavam lá atrás."

Para o MPF, o embate pode significar a diminuição do poder dos procuradores e o aumento da prestação de contas sobre suas atuações, diz Vanessa Elias de Oliveira, doutora em Ciência Política e professora associada da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Do ponto de vista eleitoral, ela diz que a diminuição de poder da Lava Jato impacta negativamente o uso político do combate à corrupção. "Se os poderes dos lavajatistas são minorados, também o são suas possíveis influências políticas nas próximas eleições."

Declarações públicas

O fato de Augusto Aras desautorizar a Operação publicamente, e de uma hora para a outra, causa "estranheza", segundo José Mário Wanderley Gomes, doutor em Ciência Política e professor da Universidade Católica De Pernambuco (Unicap).

"Não é papel da PGR fiscalizar outros membros. Aras deveria acionar a corregedoria ou o Conselho Nacional do Ministério Público, órgãos responsáveis por investigar e punir procuradores quando há excessos. É estranho o procurador-geral estar lavando roupa suja interna fora de sua casa."

De acordo com Gomes, sempre houve críticas de vários setores e instituições a supostos excessos da Operação, o que levanta questionamentos sobre o motivo que levou Aras a se pronunciar apenas agora. "Coincide com a mudança de direção das investigações, que agora afeta a base política do presidente."

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Rio Grande do Sul Há 6 Horas

Grávida, Miss Brasil 2008 está desaparecida há 3 dias após chuvas no RS

brasil enchentes no Rio Grande do Sul Há 6 Horas

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado

mundo Tenerife Há 22 Horas

Espanha: filho é preso por esconder corpo da mãe durante 6 meses em casa

mundo Guerra Há 18 Horas

Israel vai invadir Rafah se Hamas não aceitar acordo em até 1 semana, diz jornal

brasil justa causa Há 6 Horas

Bancária é demitida ao postar foto no crossfit durante afastamento médico

fama BELO-CANTOR Há 4 Horas

'Ainda não estou bem, mas tenho que superar', diz Belo sobre fim do casamento com Gracyanne

justica São Paulo Há 5 Horas

Corpo achado em matagal é de adolescente que sumiu ao comprar lanche

fama Relacionamentos Há 22 Horas

Casais que se apaixonaram nos sets de filmagens: Quem segue junto?

brasil RS Há 21 Horas

Guaíba tem alerta de inundação extrema e portão 14 rompe em Porto Alegre

fama Maternidade Há 4 Horas

Graciele Lacerda fala sobre tratamento para engravidar