Onze operários são resgatados em condições semelhante à escravidão

Trabalhadores se encontravam em péssimas condições de alojamento, sem chuveiro, sem descarga no vaso sanitário, em meio a baratas

© DR

Justiça Rio de Janeiro 30/11/15 POR Notícias ao Minuto

Onze operários que se encontravam em condições similares à escravidão num alojamento, na Zona Oeste do Rio, foram resgatados, nesta segunda-feira (30).

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De acordo com o Extra, a operação foi realizada pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel e Combate ao Trabalho Escravo, em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Defensoria Pública da União.

As vítimas trabalhavam no revestimento da fachada de um condomínio em Camorim, em Jacarepaguá. Os trabalhadores eram de Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco que foram trabalhar no Rio.

“Os 11 operários estavam em uma casa com dois quartos, sala e apenas um banheiro, sem chuveiro. As condições eram péssimas e não havia higiene adequada. Havia mofo por todas as partes, baratas, fios desencapados, não tinha chuveiro e a descarga não funcionava”, detalha a procuradora do trabalho Guadalupe Couto.

Segundo a publicação, os trabalhadores tinham que usar galões de água para dar descarga no vaso sanitário. Para tomar banho, era necessário ficar encostado na parede, pois um cano servia como chuveiro.

“Também não era fornecida água potável e, com isso, os trabalhadores enchiam galões de 20 litros com água da torneira para beber”, relata o fiscal do trabalho e coordenador do Grupo Móvel, André Dourado.

Seis trabalhadores dormiam em um dos quartos em três beliches, enquanto no outro, em que não havia janela e nenhuma entrada de luz natural ou ventilação, dormiam duas pessoas. Os demais ficavam em colchonetes pela sala.

Vítimas

Conta o Extra que uma das vítimas, João Silva (nome fictício), de 25 anos, saiu de São João do Paraíso em Minas Gerais há cerca de um ano, após o convite de um amigo para trabalhar no empreendimento como pedreiro. João conta que, como só havia um banheiro, os trabalhadores montavam uma escala de manhã, que começava por volta de 4h, para que todos pudessem se arrumar.

“Chegamos a pedir para a empresa veneno para matar as baratas”, relata.

A reportagem refere ainda que os trabalhadores iam todos os dias caminhando até a obra, que ficava a cerca de 4km.

Outra vítima relatou que os operários reclamavam à empresa melhorias no alojamento, mas que não eram atendidos. Até a máquina de lavar, os operários contam que tiveram que comprar, assim como roupa de cama, que não era fornecida.

João Silva explica que, até a operação do MPT, muitos não tinham conhecimento dos direitos trabalhistas em relação às condições de alojamento e que a partir de agora estarão atentos quando encontrarem novas oportunidades de emprego. Ainda segundo a publicação, o jovem disse que pretende voltar para sua cidade e comprar um terreno para construir uma casa, já que não tem residência própria.

André Dourado ressalta que as condições do alojamento desrespeitam a Norma Regulamentadora (NR) 18 do MTE que trata das condições de meio ambiente do trabalho na construção civil.

“A norma estabelece parâmetros mínimos de alojamento, como espaço suficiente entre as camas e para acolher de forma confortável os moradores, banheiro com chuveiro de água quente, vaso com água corrente, condições de higiene, água potável para consumo, entre outros pontos, que não foram respeitados nesse caso, submetendo os trabalhadores a condições degradantes”, explica à publicação o coordenador do Grupo Móvel.

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