Pazuello diz que pode avaliar mudanças em portaria sobre aborto legal

Pazuello participou de uma reunião fechada com os parlamentares nesta quinta-feira, 17

© Erasmo Salomão / ASCOM MS

Brasil Senado 18/09/20 POR Estadao Conteudo

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que vai avaliar sugestões de mudanças na portaria que obriga médicos a notificarem a polícia ao atenderem vítimas de estupro que desejam realizar um aborto legal. Pazuello participou de uma reunião fechada com os parlamentares nesta quinta-feira, 17.

PUB

"Há uma certa disposição de rever algumas questões que estão na portaria e deve ter alguma mudança no sentido de não constranger uma pessoa já tão humilhada, tão destruída, como a que foi vítima de violência", afirmou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), após o encontro.

Procurado, o Ministério da Saúde respondeu que Pazuello está aberto às sugestões dos congressistas e que as propostas sobre a portaria serão analisadas pela equipe técnica da pasta.

Atualmente, a interrupção da gravidez é permitida em três situações: quando a gravidez é resultado de violência sexual, se não há outro meio de salvar a vida da gestante e em casos de fetos com anencefalia. A portaria publicada pelo ministério no dia 28 de agosto determina como obrigatório o aviso à autoridade policial "dos casos em que houver indícios ou confirmação do crime de estupro".

Outro ponto questionado por senadores na reunião foi o dever de a equipe médica informar a possibilidade de "visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia, caso a gestante deseje", também prevista na portaria.

"O ministro se comprometeu em avaliar se tem alguma ilegalidade para, se for o caso, corrigir. A essência dessa portaria é identificar o estuprador que pratica esse crime hediondo e que antes ficava totalmente livre para fazer de novo", relatou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

No Congresso, houve tentativas para anular a portaria. O documento foi classificado como "completamente ilegal" pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou um projeto de decreto legislativo para suspender a norma.

As defensorias públicas de São Paulo, da União (DPU) e outras dez defensorias Estaduais também ajuizaram ação civil pública pedindo a revogação da portaria do Ministério da Saúde.

Quando a medida foi publicada, a antropóloga Débora Diniz afirmou que a mudança impõe medidas de "maus tratos" às vítimas de estupro. "Uma delas é o uso de tecnologia médica para assustá-las: a oferta de visualizar o embrião ou feto não é para cuidar da vítima, mas para ideologizar o aborto."

Diretor do Hospital Pérola Byington, unidade de referência em aborto legal, o ginecologista André Malavasi afirma que algumas vítimas de estupro podem se sentir constrangidas ou ameaçadas em buscar o atendimento com a nova regra.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Iraque Há 5 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

fama A Grande Conquista 2 Há 5 Horas

Ex-Polegar pega faca durante discussão e é expulso de reality

mundo Posição de Lótus Há 7 Horas

O misterioso caso da múmia escondida em estátua de Buda

politica Arthur Lira Há 6 Horas

Felipe Neto é autuado por injúria em inquérito aberto a pedido de Arthur Lira

fama GISELE-BÜNDCHEN Há 7 Horas

Gisele Bündchen recebe apoio de prefeito após chorar durante abordagem policial nos EUA

mundo Guangzhou Há 5 Horas

Tornado atinge cidade na China e deixa rastro de destruição; vídeo

brasil Santa Catarina Há 7 Horas

Homem morre após ser atacado por quatro pitbulls em quintal de casa em SC

lifestyle Signos Há 8 Horas

Quatro signos que nasceram para serem famosos

economia REINHART-KOSELLECK Há 5 Horas

Quem é o historiador lido por Haddad após bronca de Lula

mundo Inglaterra Há 8 Horas

Menina de 2 anos doa medula e salva vida a irmã com leucemia