Armênia declara lei marcial em meio a tensão com Azerbaijão

O Ministério da Defesa da Armênia, que apoia os separatistas, disse que suas tropas destruíram três tanques e derrubaram dois helicópteros e três veículos aéreos não tripulados em resposta a um ataque a alvos civis

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Mundo ARMÊNIA-AZERBAIJÃO 27/09/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Armênia declarou lei marcial e mobilização militar total após novos confrontos com o Azerbaijão na região separatista de Nagorno-Karabakh, neste domingo (27).

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O Ministério da Defesa da Armênia, que apoia os separatistas, disse que suas tropas destruíram três tanques e derrubaram dois helicópteros e três veículos aéreos não tripulados em resposta a um ataque a alvos civis.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão, por sua vez, disse que a Armênia atacou assentamentos civis e posições militares ao longo da "linha de contato", uma terra de ninguém fortemente minada que separa as forças apoiadas pela Armênia das tropas azeris na região.

Dezesseis militares e alguns civis foram mortos "como resultado do intenso bombardeio" da Armênia e das medidas de retaliação tomadas pelo Azerbaijão.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, prometeu vitória na luta contra as forças separatistas em um discurso transmitido na televisão. "O Exército do Azerbaijão luta em seu território, defende sua integridade territorial, desfere golpes devastadores no inimigo. Nossa causa é justa e vamos vencer", acrescentou.

A Armênia afirma que houve ataques a alvos civis na capital da região, Stepanakert, e prometeu uma "resposta proporcional".

Segundo ativistas de direitos humanos do país, uma mulher e uma criança foram mortos. "Permanecemos fortes ao lado do nosso Exército para proteger nossa pátria mãe da invasão azeri", escreveu o premiê armênio, Nikol Pasinyan, no Twitter.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, falou por telefone com seus colegas armeno, azeri e turco e pediu um cessar-fogo imediato em Nagorno-Karabakh.

O ministro de Defesa da Turquia disse que a Armênia deveria cessar ataques, para evitar "colocar fogo" na região, e o presidente Recep Tayyp Erdogan, afirmou no Twitter que Ancara continuaria a demonstrar solidariedade com o Azerbaijão.

Erdogan instou o povo armênio a "tomar controle de seu futuro contra a liderança que os está arrastando para a catástrofe, assim como aqueles que a usam como fantoches". O presidente turco também afirmou que "a Armênia mais uma vez mostrou que é a maior ameaça à paz e à tranquilidade na região".

A França também pediu aos dois lados que cessem as hostilidades e restaurem o diálogo imediatamente, e o papa apelou aos países que resolvam suas diferenças por meio de negociações.

Nagorno-Karabakh é uma área separatista de maioria armênia no Azerbaijão, herança da União Soviética, da qual os dois países faziam parte. Com o colapso comunista em 1991, o território foi alvo de uma guerra que deixou 30 mil mortos, mas um cessar-fogo em 1994 congelou o conflito, que de tempos em tempos volta a gerar atritos.

O último embate grave havia ocorrido em 2016 e foi mediado por Moscou, que trata o tema como um assunto doméstico. Instabilidade em sua fronteira sul, onde já enfrenta insurgências islâmicas, é tudo que Putin não precisa enquanto tenta sair da crise econômica e do enfrentamento político com o Ocidente.

Em julho, a Rússia fez uma megamobilização militar de surpresa após a crise entre Armênia e Azerbaijão escalar com enfrentamentos que deixaram ao menos 15 mortos, incluindo um civil, e a ameaça do governo azeri de bombardear uma usina nuclear no país vizinho.

Os azeris afirmam que receberam informações de que os armênios iriam atacar a represa do grande reservatório de Mingatchevir, o que inundaria grandes áreas do país.

O exercício militar surpresa russo foi um dos maiores do tipo de que se tem notícia no país e envolveu 150 mil soldados. Entre segunda (21) e sábado (26), a Rússia realizou seu maior exercício militar anual justamente na região próxima a esses conturbados vizinhos. Diferentemente do exercício anterior, um teste de prontidão, esta última mobilização foi uma simulação de combates já programada.

Seguindo um rodízio já estabelecido entre as regiões russas, foi a vez do Kavkaz (Cáucaso)-2020. Como o nome indica, ele envolve forças de Putin do Distrito Militar Meridional da Rússia, entre os mares Cáspio e Negro, até a Crimeia.

Foram empregados 80 mil homens, e participaram também mil militares de China, Belarus, Paquistão, Mianmar e Armênia. Os azeris desistiram de participar neste ano e não mandaram tropas, mas enviaram observadores ao Kavkaz-2020. Os armênios são aliado da Rússia, de quem receberam mísseis balísticos poderosos, e até sediam uma base de Moscou.

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