Mahatma Gandhi: Relembrando a vida e obra da 'Grande Alma'

Completaria nesta sexta-feira 151 anos desde que o ativista social, nacionalista anticolonialista e homem de paz nasceu

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Mahatma Gandhi: Relembrando a vida e obra da "Grande Alma"

Nascido em 2 de outubro de 1869, Mahatma Gandhi foi um advogado, político, ativista social e escritor indiano que se tornou o arquiteto do movimento nacionalista contra o domínio britânico na Índia. Empregando uma política de resistência não violenta, fez campanha com sucesso pela independência do país e no processo inspirou movimentos pelos direitos civis e pela liberdade em todo o mundo. Viveu o suficiente para ver a Índia receber o direito de se governar a si mesma, mas também testemunhou a divisão do país, evento que levou indiretamente ao seu assassinato em 30 de janeiro de 1948.

Clique na galeria e reviva os principais momentos que moldaram a vida e a obra do homem a quem chamam de Mahatma, ou "Grande Alma".

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Mahatma Gandhi

Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como "Mahatma" (que significa "Grande Alma"), nasceu em Porbandar, Gujarat, no noroeste da Índia, em 2 de outubro de 1869.

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Carreira na advocacia

Gandhi formou-se em direito no Inner Temple em Londres e tornou-se advogado aos 22 anos em junho de 1891.

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Kasturba Gandhi (1869–1944)

O jovem advogado já era casado desde os 13 anos com Kasturbai Makhanji Kapadia (o seu primeiro nome era geralmente encurtado para "Kasturba").

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Regresso à Índia

Poucas semanas depois de ser ter tornado advogado em Londres, Gandhi voltou à Índia depois de saber da morte da mãe. Tentou abrir um escritório de advogados em Bombaim (atual Mumbai), mas acabou por levar uma vida modesta a redigir petições para litigantes em Rajkot.

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África do Sul

A necessidade de um primo distante de um advogado qualificado em Joanesburgo levou Gandhi a viajar para a África do Sul em 1893, onde acabou por abrir o seu próprio escritório de advocacia (na foto). Passou um total de 21 anos no país durante os quais desenvolveu a sua visão política e ética — e onde enfrentou discriminação por causa da cor da sua pele e herança.

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Guerra dos Bóeres

Durante a Guerra dos Bóeres (1899–1902), Gandhi ofereceu-se para formar um grupo de carregadores de maca no Natal Indian Ambulance Corps. Acabou por recrutar 1100 voluntários indianos para apoiar as tropas britânicas contra os bóeres. Aqui está ele com os camaradas (fila do meio, quinto a partir da esquerda) em 1900.

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Quinta Tolstoy

Mais discriminação e bullying encorajaram Gandhi a entrar na política, formando o Natal Indian Congress e procurando ganhar o direito de voto para os indianos. Em 1910, Gandhi começou e organizou o seu primeiro ashram, a Quinta Tolstoy (na foto), em homenagem ao escritor e filósofo russo Leo Tolstoy, cujo livro de 1894, O Reino de Deus está em Vós, influenciou muito a filosofia de não-violência de Gandhi (no meio da segunda fila, quinto a contar da direita).

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"Hind Swaraj" ou Autonomia Indiana

Em 1915, Gandhi regressou à Índia e juntou-se ao Congresso Nacional Indiano. Em 1920, já era ele o dirigente do partido. Enquanto conhecido nacionalista indiano, teórico e organizador da comunidade, ele galvanizou o povo para clamar pela independência da Índia. Os seus pensamentos na matéria estavam já patentes no seu livro de 1909 "Hind Swaraj", que significa "Autonomia Indiana". O livro foi proibido em 1910 pelo governo britânico na Índia por ser considerado um texto sedicioso.

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Champaran Satyagrahas

A primeira grande conquista política de Gandhi veio em 1917, com a revolta Champaran em Bihar, que opôs o campesinato local aos seus proprietários britânicos. Gandhi acabou por obter concessões das autoridades.

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Movimento Khilafat

O movimento Khilafat foi uma campanha de muçulmanos indianos, aliados a nacionalistas indianos, para pressionar o governo britânico a preservar a autoridade do sultão otomano como califa do Islão após a Primeira Guerra Mundial. Gandhi procurou a cooperação política dos muçulmanos na sua luta contra o imperialismo britânico, apoiando o Império Otomano. Isso ajudou a interromper a crescente violência hindu-muçulmana que estava a espalhar-se por todo o país. No entanto, no final de 1922, o movimento Khilafat havia entrado em colapso e revoltas religiosas sangrentas reapareceram em várias cidades.

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Identificando-se com os pobres da Índia

Gandhi é fotografado após a sua libertação da prisão em Poona, caminhando com alguns dos seus seguidores em 1918. Gandhi tinha então adotado a tanga como símbolo da sua identificação com os pobres da Índia. No ano seguinte, as autoridades britânicas aprovaram a Lei Rowlatt, que deu poderes à polícia para prender qualquer pessoa sem qualquer motivo. Gandhi respondeu apelando aos indianos para iniciarem a desobediência civil.

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Massacre de Jallianwala Bagh

Em 13 de abril de 1919, pessoas (incluindo mulheres com crianças) reuniram-se em Jallianwala Bagh em Amritsar para celebrar o festival de Baisakhi e para protestar contra a prisão e deportação de dois nacionalistas. Tropas do Exército Indiano Britânico abriram fogo contra a multidão durante 10 minutos, matando cerca de 1000 pessoas e ferindo até 1500. A foto mostra o parque alguns meses após o massacre.

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Movimento de não-cooperação

No rescaldo da aprovação da Lei Rowlatt e do massacre de Jallianwala Bagh, Gandhi lançou o movimento de não-cooperação em 5 de setembro de 1920, com o objetivo de obter o autogoverno e a independência.

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Movimento Swadeshi

Gandhi também expandiu a sua plataforma de não-cooperação não violenta para incluir a política "swadeshi" — o boicote de produtos feitos no exterior, especialmente os da Grã-Bretanha. Além disso, exortou os homens e mulheres indianos, ricos ou pobres, a passar algum tempo todos os dias a tecer khadi (algodão feito em casa) em apoio ao movimento pela independência. A imagem de Gandhi a tecer algodão, usando uma roda giratória chamada chakra, passou a simbolizar o homem e o movimento.

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Marcha do Sal

De 12 de março a 6 de abril de 1930, Gandhi, juntamente com 78 voluntários, marchou 388 km de Ahmedabad a Dandi, Gujarat, em protesto contra o imposto sobre o sal cobrado pelos britânicos no início desse ano. A sua intenção era começar a fazer sal ele próprio.

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Marcha do Sal

Gandhi falava frequentemente para grandes multidões ao longo do caminho. Depois de chegar a Dandi, foi detido. Seguiu-se logo uma onda de espancamentos pela polícia, resultando em cerca de 300 manifestantes gravemente feridos. A resistência pacífica tinha resultado de novo em vítimas, mas em nenhum momento os manifestantes ofereceram qualquer resistência.

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Greve

Os esforços de Gandhi para garantir a independência da Índia através de ações não violentas inspiraram o continente inteiro. Na foto, vemos trabalhadores indianos em greve em apoio a Gandhi em 1930.

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Chegada à Inglaterra para a Conferência da Mesa-Redonda

Gandhi visitou a Inglaterra em 1931 para iniciar negociações com o governo britânico para acabar com o impasse político que estrangulava a Índia. A fotografia captura o momento em que chega com o secretário pessoal Mahadev Desai a Canning Town, no leste de Londres.

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Frugal

Gandhi recusou o conforto de uma estadia num hotel oferecida pelo governo e, em vez disso, ficou em Kingsley Hall com o membro do Partido Trabalhista e reformador social George Lansbury. Na fotografia vemos ambos a serem apresentados a crianças locais.

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Conhecendo Charlie Chaplin

Gandhi tirou tempo para conhecer Charlie Chaplin, embora tenha confessado nunca ter ouvido falar do "Pequeno Vagabund*". Os associados asseguraram-lhe de que se tratava de um comediante muito popular e foi marcada uma reunião.

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Pacto Gandhi–Irwin

A conferência terminou com um acordo entre Gandhi e o vice-rei Lord Irwin, conhecido como Pacto Gandhi-Irwin. O governo britânico concordou em libertar todos os presos políticos, em troca da suspensão do movimento de desobediência civil. Por sua vez, o político conservador Winston Churchill permaneceu crítico de Gandhi, acusando-o de jogar com a ignorância das massas e até mesmo descrevendo-o como um ditador.

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10 Downing Street

Numa imagem agora famosa, Gandhi é fotografado na escadaria do número 10 de Downing Street, a residência do primeiro-ministro, enquanto participava na conferência em Londres.

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Detenções

Gandhi foi preso em várias ocasiões ao longo da sua vida. Invariavelmente, milhares reuniam-se em protesto. Esta procissão ocorreu em Bombaim, quando o comité de trabalho do Congresso Nacional Indiano organizou uma manifestação protestando contra mais uma detenção do seu líder.

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Movimento Quit India

Lançado na sessão de Bombaim do All-India Congress Committee por Gandhi em agosto de 1942, o Movimento Quit India (Abandonem a Índia) exigia o fim do domínio britânico na Índia. Depois do discurso de Gandhi pedindo uma "retirada britânica ordeira", quase toda a liderança do partido foi presa e permaneceu atrás das grades durante a Segunda Guerra Mundial. A foto retrata Gandhi com Jawaharlal Nehru (1889–1964).

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Supressão do movimento

A liderança do partido foi isolada do resto do mundo durante mais de três anos. Grandes protestos ocorreram em toda a Índia; os britânicos responderam com detenções em massa. O próprio Gandhi fez um jejum de 21 dias e manteve a sua determinação de resistência contínua. Enquanto isso, a sua esposa, Kasturba, morrera e a saúde de Gandhi deteriorava-se.

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Movimento de independência indiana

Gandhi sempre se opôs à divisão do subcontinente indiano de acordo com a religião. No entanto, a Liga Muçulmana liderada por Muhammad Ali Jinnah (o futuro fundador do Paquistão) exigia "Dividam e Abandonem a Índia". O Dia de Ação Direta de 16 de agosto de 1946, convocado por Jinnah, levou a um ciclo em massa de violência contra os hindus e ações de retaliação contra os muçulmanos. A ameaça de guerra civil em todo o subcontinente indiano era palpável. Na foto, Gandhi com Muhammad Ali Jinnah.

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Independência!

Archibald Wavell, o vice-rei e governador-geral da Índia britânica, trabalhou com Gandhi e Jinnah para encontrar um consenso. Por fim, os britânicos concordaram relutantemente em conceder independência ao povo do subcontinente indiano, mas também aceitaram a proposta de Jinnah de dividir o território em dois países, Paquistão e Índia. Depois de Wavell se ter reformado, Lord Louis Mountbatten tornou-se o último vice-rei da Índia britânico e o primeiro governador-geral da Índia independente (1947–1948). É retratado aqui com a sua esposa, Edwina, e Gandhi em 1947.

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Divisão da Índia

A partição da Índia de 1947 foi a divisão da Índia britânica em dois estados independentes, Índia e Paquistão. A divisão desalojou entre 10 a 12 milhões de pessoas ao longo de linhas religiosas e criou uma crise de refugiados avassaladora. Seguiu-se violência em grande escala, com várias centenas de milhares de mortes. Na foto, um comboio cheio de refugiados a caminho de Punjab, no Paquistão. Muitos nacionalistas hindus responsabilizaram Gandhi pelo frenesim de violência e sofrimento durante a partição do subcontinente, e apontaram o dedo à sua aparente obediência aos muçulmanos.

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Assassinato

Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi estava com os seus netos no jardim da Casa Birla (hoje Gandhi Smriti) a caminho de uma reunião para preces em comum. É então que é abordado por Nathuram Godse, um nacionalista hindu, que disparou sobre o homem de 78 anos três vezes à queima-roupa, matando-o quase instantaneamente. Godse, junto com vários outros conspiradores, foi executado no ano seguinte.

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Funeral

O funeral de Gandhi em Nova Delhi foi presenciado por milhões, e a sua morte foi lamentada em todo o mundo. Foi cremado de acordo com a tradição hindu. Jawaharlal Nehru tornou-se o seu herdeiro político e o primeiro primeiro-ministro da Índia.

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Gandhi Smriti

Gandhi Smriti em Nova Deli, anteriormente conhecida como Birla House, é um museu dedicado a Gandhi e onde ele passou os últimos 144 dias da sua vida. Dentro do terreno há um memorial, a "Coluna do Mártir", que marca o local onde ele foi morto. É uma das atrações turísticas mais populares da cidade.

(Foto: Wikimedia/CC BY-SA 3.0)

Veja tamém: Anne Frank e outras mulheres inspiradoras da História

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Wikimedia/Creative Commons 

Mundo Gandhi 02/10/20 POR Notícias Ao Minuto Brasil


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Empregando uma política de resistência não violenta, fez campanha com sucesso pela independência do país e no processo inspirou movimentos pelos direitos civis e pela liberdade em todo o mundo. Viveu o suficiente para ver a Índia receber o direito de se governar a si mesma, mas também testemunhou a divisão do país, evento que levou indiretamente ao seu assassinato em 30 de janeiro de 1948.

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