No G-20, Bolsonaro critica 'demagogia' no meio ambiente

Nos últimos meses, o mundo tem olhado para a agenda ambiental brasileira por causa das polêmicas em torno da administração das florestas tropicais, em especial da Amazônia

© Getty Images

Economia G-20 23/11/20 POR Estadao Conteudo

Em meio às críticas internacionais ao desmatamento no Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez neste domingo um discurso de defesa de sua política ambiental, durante a cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). Bolsonaro criticou as "frases demagógicas" sobre a questão e afirmou que o governo continuará protegendo a Amazônia, o Pantanal e todos os biomas.

PUB

O discurso de Bolsonaro ocorreu em uma sessão da cúpula voltada para a sustentabilidade. Organizada pela Arábia Saudita, a edição do encontro do G-20 ocorreu por meio virtual, em função da pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro falou a partir do Palácio do Planalto, em Brasília.

Nos últimos meses, o mundo tem olhado para a agenda ambiental brasileira por causa das polêmicas em torno da administração das florestas tropicais, em especial da Amazônia. Investidores internacionais já ameaçaram retirar recursos do País, caso o governo brasileiro não amplie a proteção ambiental. Algumas cadeias varejistas gigantes, principalmente da Europa, também têm condicionado a continuidade das compras de produtos brasileiros a certificações de origem das matérias-primas. Preocupado com o cenário, o Itamaraty pediu a seus embaixadores e demais diplomatas no Exterior que tivessem uma postura mais proativa em relação à imprensa internacional, para passarem aos veículos de comunicação dados oficiais.

Em seu discurso no G-20, Bolsonaro afirmou que iria apresentar a "realidade dos fatos". Segundo ele, o Brasil está disposto a buscar novos acordos comerciais com outros países e a assumir "novos e maiores compromissos nas áreas do desenvolvimento e da sustentabilidade". "Ao mesmo tempo em que buscamos maior abertura econômica, estamos cientes de que os acordos comerciais sofrem cada vez mais influência da agenda ambiental", reconheceu o presidente.

Em sua fala, Bolsonaro procurou fazer a defesa do Brasil na área de sustentabilidade. Ao abordar o crescimento da agricultura nas últimas décadas, ele pontuou que "essa verdadeira revolução agrícola no Brasil foi realizada utilizando apenas 8% de nossas terras. Por isso, mais de 60% de nosso território ainda se encontra preservado com vegetação nativa". E acrescentou: "Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como para repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis."

Bolsonaro defendeu a união entre conservação ambiental e prosperidade econômica e social. "O que apresento aqui são fatos, e não narrativas", afirmou, sem dizer claramente a quem se referia. "São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar."

Redes sociais

Durante a reunião, Bolsonaro fez uma postagem no Twitter. Ele publicou um vídeo em que um gigante é atacado ao tentar defender uma pequena cidade de uma rocha. "Bom dia a todos. Estou agora em reunião com o G-20", escreveu. O vídeo, que é um trecho do curta-metragem "Inércia", lançado em 2014, mostra um gigante correndo para tentar impedir que uma rocha atinja uma cidadezinha medieval à beira-mar.

Quando a criatura consegue segurar a pedra, esbarra sem querer em uma construção, que desaba. Nesse momento, ele começa a ser atacado pela cidade e, desapontado, acaba deixando a rocha destruir o que sobrou. A publicação também foi feita no Twitter do ministro das Comunicações, Fábio Faria. "Precisamos apoiar e ajudar esse gigante", escreveu Faria.

Mas a publicação acabou virando alvo de piadas e de críticas no Twitter, já que, no vídeo completo, o próprio gigante é que foi o responsável por fazer a pedra rolar até a cidade.

'Desafio gigante'

No comunicado da reunião de cúpula virtual encerrada neste domingo, o grupo das 20 principais economias do mundo, o G-20, reforçou que a pauta ambiental é um dos grandes desafios da atualidade. A visão do grupo é de que a recuperação da economia global no pós-pandemia deve incluir o cuidado ambiental em seu espectro.

"Lidar com as mudanças climáticas está entre os desafios mais urgentes do nosso tempo", afirma o texto. Neste ssentido, o grupo de países estabelece seu alinhamento a compromissos relacionados em relação à redução da poluição.

No segundo ponto, o G-20 afirma que mantém seu compromisso com o acesso amplo à energia por parte da população, dentro dos chamados 3E+S (em inglês), ou seja: a energia deve ser segura, eficiente, estável e ambientalmente correta. "Nós reafirmamos o nosso compromisso conjunto na racionalização e desativação, a médio prazo, de subsídios a combustíveis fósseis e ineficientes que encorajem um consumo gerador de resíduos", diz o texto.

O G-20 afirma reconhecer a importância de reduzir as emissões de gás carbônico, provocadas em especial pela queima de combustíveis fósseis. O grupo reitera, ainda, seu suporte à batalha contra os desafios ambientais de maior urgência, como a mudança climática e a perda de biodiversidade.

Pandemia

Os líderes do G-20 também afirmaram que o contexto provocado pela pandemia da covid-19 exige mais do que nunca ação global coordenada, solidariedade e cooperação multilateral entre os países. Segundo os líderes, a união de forças é necessária tanto para superar os desafios do cenário atual quanto para criar oportunidades para todos. "Estamos comprometidos em liderar o mundo na formação de uma era pós-covid-19 forte, sustentável, equilibrada e inclusiva", afirma o comunicado.

No texto, os líderes lembram que a pandemia causou um choque sem paralelos na sociedade e na economia, e que revelou vulnerabilidades na capacidade de resposta dos países. Neste sentido, o G-20 afirma que seguirá dando apoio aos países sem medir esforços, dando suporte "em especial aos mais vulneráveis". Ao mesmo tempo, o grupo afirma que o foco será trazer as economias de volta ao caminho do crescimento.

O grupo se comprometeu ainda a seguir dando suporte às necessidades remanescentes de financiamento global, e comenta que são bem-vindos os esforços dos bancos de fomento multilaterais, especialmente no sentido de dar amplo acesso à imunização contra a covid. "Reconhecemos o papel da imunização extensiva como um bem público global." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 21 Horas

Morre aos 95 anos o ator e comediante José Santa Cruz

tech ESA Há 19 Horas

Sonda da Agência Europeia detecta 'aranhas' em Marte

fama DEBORAH-EVELYN Há 18 Horas

Famosos cometem gafe ao elogiar Deborah Evelyn em foto com marido

mundo Titanic Há 22 Horas

Relógio de ouro do homem mais rico no Titanic vai ser leiloado

brasil Paraíba Há 17 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

lifestyle Signos Há 19 Horas

Estes são os três signos que adoram ser independentes!

mundo Argentina Há 21 Horas

Bebê morre após ser abandonado pela mãe em stand de carros na Argentina

fama Iraque Há 14 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

tech Ataque Há 19 Horas

Hackers vazam imagens de pacientes de cirurgia nus e prontuários de clínica de saúde sexual

mundo Equador Há 21 Horas

Queda de helicóptero militar no Equador causa morte dos oito tripulantes