Nos EUA, democratas atacam Bolsonaro e pedem proteção a Talíria Petrone

Os congressistas democratas apontam para o crescimento do racismo e homofobia no Brasil.

© Reprodução/Youtube

Política EUA-BRASIL 02/12/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um grupo de 22 deputados do Partido Democrata americano divulga nesta quarta-feira (2) uma carta de solidariedade a Talíria Petrone, deputada federal (PSOL-RJ), com críticas às políticas "antidemocráticas e xenófobas" do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido).

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A carta antecipa as pressões sobre o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, para que endureça a retórica contra o presidente brasileiro.

Petrone teve de deixar o Rio de Janeiro com sua filha de cinco meses após ser notificada sobre mensagens de áudio com ameaças de morte. A deputada vem sofrendo intimidações há tempos e, em setembro, acionou a ONU (Organização das Nações Unidas).

Na carta, os congressistas americanos mencionam o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, e ameaças contra o ex-deputado Jean Wyllys, que deixou o país, e dizem que "líderes afro-brasileiros da oposição não têm recebido proteção adequada do governo brasileiro para garantir sua segurança".

Deputados americanos democratas já vinham criticando diversos aspectos do governo Bolsonaro, principalmente em questões de direitos humanos e política ambiental. Com a vitória democrata, a influente ala mais à esquerda do partido terá poder para pressionar Biden.

"Ao eleger Joe Biden, os americanos criaram uma oportunidade para nosso país se distanciar das políticas autoritárias e racistas abraçadas pelo governo Trump. É imperativo que o governo Biden e os membros do Congresso defendam os direitos de trabalhadores ao redor do globo, incluindo ativistas afro-brasileiros, protetores de terras indígenas e sindicalistas no Brasil", disse à Folha, em nota enviada por email, o deputado Andy Levin, um dos signatários da carta.

"Isso significa encorajar o Brasil a se afastar do racismo, da destruição ambiental e do corporativismo defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, cuja negação da pandemia de Covid-19 e exaltação de um período violento da história brasileira ecoam de forma sinistra a ascensão de supremacistas brancos e da xenofobia nos EUA e outros países."

A carta é liderada pela deputada Susan Wild e conta com apoio de deputados como Joaquin Castro, Alcee L. Hastings, Mark Pocan, Henry C. Hank Johnson, Alan Lowenthal, Deb Haaland (cotada para assumir o comando do Departamento do Interior no governo Biden), Raúl M. Grijalva, Ro Khanna, e Ilhan Omar.

Eles pedem uma investigação completa e imparcial para identificar e processar os responsáveis pelas ameaças a Petrone."Minha esperança é que o próximo governo americano vai passar esse recado para o presidente Bolsonaro, e que o novo governo americano vai instar o governo brasileiro a defender, em vez de minar, os direitos fundamentais e a dignidade de afro-brasileiros, populações indígenas e LGBT, mulheres e dissidentes", disse em nota enviada à Folha a deputada Susan Wild.

Segundo a carta, é "alarmante" que o governo Bolsonaro tenha se mostrado, até agora, "incapaz ou pouco disposto a garantir a segurança de legisladores eleitos". "Aliás, as tentativas de Bolsonaro de promover um racha na população brasileira contribuíram para uma alta na violência política nas eleições municipais de 2020, que resultaram em assassinatos de vários candidatos e apoiadores."

Os congressistas democratas apontam para o crescimento do racismo e homofobia no Brasil. "Enquanto o presidente Bolsonaro continua a minar os direitos dos afro-brasileiros, mulheres, população LGBT, indígenas e outros, estamos vendo as forças do racismo, sexismo e homofobia serem perigosamente empoderadas no Brasil", diz o texto.

"É por isso que, desde o início do governo Bolsonaro, uma ampla coalizão de membros do Congresso dos EUA tem denunciado e combatido os elogios do governo Trump e apoio ao presidente Bolsonaro. Nós continuaremos apoiando o povo brasileiro e nos opondo às ações antidemocráticas e xenófobas do presidente Bolsonaro."

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