Bolsonaro critica decisão na Argentina e diz que aborto jamais será aprovado no Brasil

Mais cedo o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, também se manifestou contra a decisão.

© Getty

Política JAIR-BOLSONARO 30/12/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou nesta quarta-feira (30) a decisão do Senado da Argentina que deu direito à mulher de decidir sobre o aborto.

PUB

"Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado" publicou nas redes sociais. Bolsonaro ainda disse que, no que depender do seu governo, o aborto jamais será aprovado no Brasil.

<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">- Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!</p>&mdash; Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) <a href="https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1344399543308312576?ref_src=twsrc%5Etfw">December 30, 2020</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Mais cedo nesta quarta, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, também se manifestou contra a decisão. Sem citar a Argentina, o ministro das Relações Exteriores afirmou que "o Brasil permanecerá na vanguarda do direito à vida e na defesa dos indefesos, não importa quantos países legalizem a barbárie do aborto indiscriminado, disfarçado de 'saúde reprodutiva' ou 'direitos sociais'".

A postagem foi acompanhada de uma reprodução de notícia veiculada pelo jornal El País Brasil.

<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">O Brasil 🇧🇷 permanecerá na vanguarda do direito à vida e na defesa dos indefesos, não importa quantos países legalizem a barbárie do aborto indiscriminado, disfarçado de “saúde reprodutiva” ou “direitos sociais” ou como quer que seja. <a href="https://t.co/Y2UgvvviXl">pic.twitter.com/Y2UgvvviXl</a></p>&mdash; Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) <a href="https://twitter.com/ernestofaraujo/status/1344351128172048384?ref_src=twsrc%5Etfw">December 30, 2020</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Após uma sessão que durou 12 horas, o Senado da Argentina aprovou, na madrugada desta quarta-feira (30), o direito de a mulher optar pelo aborto até a 14ª semana de gestação. A decisão histórica teve 38 votos a favor e 29 contra, além de 1 abstenção.

Até então, o procedimento era permitido em caso de estupro ou risco de morte da mãe. Agora, a Argentina se torna o primeiro país grande da América Latina a legalizar a interrupção da gravidez. Na região, a prática já era autorizada em Cuba, Guiana, Guiana Francesa, Uruguai, Porto Rico, na Cidade do México e no estado de Oaxaca - no México, esse tipo de legislação é decidido em nível regional.

Há dois anos, durante a gestão de Mauricio Macri, um presidente de centro-direita, projeto de lei semelhante foi derrotado no Senado por uma diferença de apenas sete votos. Agora, além de ter sido vitoriosa, a proposta era uma promessa de campanha do atual líder do país, Alberto Fernández, que certamente vai chancelar a decisão do Congresso.

A relação entre o Brasil sob Jair Bolsonaro e a Argentina com Fernández é marcada por rusgas e silêncio.

O presidente brasileiro fez campanha para Macri no pleito do ano passado e, depois da vitória do peronista, afirmou que não cumprimentaria o argentino. Também fez críticas ao "retorno do kirchnerismo" ao país vizinho, o que identificou como uma guinada de rumo da Argentina "em direção à Venezuela".

Logo após Fernández ser confirmado como presidente, Ernesto afirmou que "as forças do mal estão celebrando" e que "as forças da democracia estão lamentando pela Argentina, pelo Mercosul e por toda a América do Sul". Em uma série de posts em uma rede social, o chanceler escreveu ainda que a eleição do peronista traria "fechamento comercial, modelo econômico retrógrado e apoio às ditaduras".

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foi ainda mais explícito em postagens nas redes sociais nas quais criticou o governo argentino. Em setembro, afirmou que o que estava acontecendo na Argentina devido à longa quarentena imposta por Fernández era uma "calamidade" e que o país tinha sido "destruído por seu governo socialista em poucos meses".

Recentemente, porém, houve uma aproximação entre os países, desde que o embaixador Daniel Scioli se instalou em Brasília. O argentino e Eduardo estiveram juntos em um jantar com outros diplomatas. À Folha ele afirmou que a conversa com o deputado brasileiro foi "informal e relaxada" e que a Argentina queria "colocar o foco nas coincidências e na agenda positiva com o Brasil".

No final de novembro, os presidentes fizeram a primeira reunião bilateral em quase um ano, na qual Bolsonaro iniciou a conversa com condolências pela morte de Diego Armando Maradona.

O encontro, que teve como pano de fundo a celebração do Dia da Amizade Argentino-Brasileira, foi realizado por videoconferência e durou cerca de 40 minutos.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama A Grande Conquista 2 Há 19 Horas

Ex-Polegar pega faca durante discussão e é expulso de reality

politica Arthur Lira Há 20 Horas

Felipe Neto é autuado por injúria em inquérito aberto a pedido de Arthur Lira

mundo Posição de Lótus Há 21 Horas

O misterioso caso da múmia escondida em estátua de Buda

lifestyle Signos Há 22 Horas

Quatro signos que nasceram para serem famosos

fama GISELE-BÜNDCHEN Há 21 Horas

Gisele Bündchen recebe apoio de prefeito após chorar durante abordagem policial nos EUA

brasil Santa Catarina Há 21 Horas

Homem morre após ser atacado por quatro pitbulls em quintal de casa em SC

fama SAMARA-FELIPPO Há 16 Horas

Filha de Samara Felippo é alvo de racismo em escola, diz site

fama Iraque Há 19 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

brasil MORTE-SP Há 15 Horas

Morte de jovem após deixar sauna gay causa pânico; relembre histórico

economia REINHART-KOSELLECK Há 19 Horas

Quem é o historiador lido por Haddad após bronca de Lula