Falta de matéria-prima pode provocar revisão de datas da vacinação, diz Butantan

O Butantan tem capacidade para a produção de 1 milhão de doses da vacina por dia, mas para executar essa fabricação, o instituto depende de insumos feitos pela Sinovac e que precisam ser importados.

© Shutterstock

Brasil vacinação Brasil 18/01/21 POR Estadao Conteudo

A produção de vacinas para a covid-19 de forma a garantir uma campanha nacional de imunização para toda a população ainda depende da chegada de insumos cuja data exata de entrada no Brasil ainda não está definida. Caso esse material não chegue até o fim deste mês, o cronograma de vacinação poderá ser adiado, segundo disse nesta segunda-feira, 18, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

PUB

"Preocupa sim a chegada da matéria-prima. Essa matéria-prima precisa chegar para não parar o processo de produção. E esperamos que isso aconteça muito rapidamente. Porque, se chegar neste mês, nós manteremos o cronograma de entrega de vacinas", afirmou Covas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, nesta segunda-feira, 18, convocada pelo governador João Doria (PSDB).

São Paulo fez um ato simbólico neste domingo, 17, vacinado profissionais do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e do Hospital das Clínicas, após a Coronavac receber autorização federal para uso emergencial. Nesta segunda, enviou doses do imunizante para profissionais de saúde do interior do Estado. O cronograma originado de vacinações do governo paulista prevê que idosos acima de 75 anos comecem a ser imunizados a partir de 8 de fevereiro.

O contrato do Butantan com a fabricante chinesa Sinovac previu que o instituto fizesse a terceira fase do estudo clínico da vacina, adquirisse 46 milhões de doses da Coronavac e recebesse a tecnologia para a produção do imunizante. Essas doses, entretanto, devem chegar ao longo do primeiro semestre.

O Butantan tem capacidade para a produção de 1 milhão de doses da vacina por dia, segundo afirma Covas. Mas, para executar essa fabricação, o instituto depende de insumos feitos pela Sinovac e que precisam ser importados. "A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima", afirmou Covas.

Covas não foi claro ao detalhar quantas doses poderão ser feitas com a matéria-prima que aguarda importação. "Mil litros (da matéria-prima) dão origem a um milhão de doses", disse.

Ele afirmou, entretanto, que a questão ao redor da liberação desses insumos é de ordem burocrática. "Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado e estamos aguardando autorização do governo chinês para aí sim iniciar a segunda etapa de produção", afirmou.

O Butantan já iniciou a produção de 4,8 milhões de doses da Coronavac com um lote de matérias-primas que já haviam sido importados por São Paulo. Para que esses imunizantes cheguem até o braço da população, entretanto, é preciso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita uma nova autorização para uso emergencial, da mesma forma que o órgão concedeu uma autorização para o uso de 6 milhões de doses prontas que haviam sido importadas ao longo do ano passado e foram liberadas no domingo.

Covas disse ainda acreditar que a autorização para essas primeiras 4,8 milhões de doses podem contribuir para acelerar a liberação da importação dos novos lotes de matéria-prima. "As dificuldades do ponto de vista da autorização, neste momento, são da autorização do governo chinês, que precisa autorizar a exportação da Sinovac desta matéria-prima. A matéria-prima já está produzida, já está disponível na Sinovac desde meados deste mês e aguardamos agora essa autorização que, na minha percepção, após a autorização da Anvisa, facilitará essa decisão do governo (chinês)", disse.

Compromisso

O contrato do Butantan com o Ministério da Saúde prevê o envio de 46 milhões de doses da Coronavac para o Sistema Único de Saúde (SUS) até o dia 30 de abril, a um custo de R$ 2,6 bilhões. A primeira parcela teria 6 milhões de doses importadas e 2,7 milhões de doses nacionais. A segunda autorização para uso emergencial, cujo pedido à Anvisa foi anunciado por São Paulo nesta segunda-feira, se refere já às doses nacionais.

O acordo prevê que, até o fim de fevereiro, mais 9,3 milhões de doses, aí todas de produção nacional, sejam enviadas ao ministério. Em março, serão 18 milhões. No mês de abril, o Butantan se comprometeu em enviar as 9,9 milhões de doses restantes.

A Coronavac precisa de duas doses para atingir a eficiência observada nos estudos clínicos. O tempo de intervalo entre as doses no estudo conduzido no Brasil, que apontou uma eficiência global de 50,4% (mas que evitou 100% dos casos graves e óbitos), foi de 21 dias entre a primeira e a segunda aplicação. Dimas Covas afirmou que os estudos clínicos realizados em outros países, que tiveram intervalo de 28 dias, apontaram uma taxa de eficácia maior.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Kristi Noem 01/05/24

Governadora cotada para ser vice de Trump matou a tiros o próprio cão

mundo Aviões Há 17 Horas

Piloto alcoolizado leva Japan Airlines a cancelar voo nos EUA

brasil São Paulo Há 16 Horas

Adolescente tem membros amputados após descarga elétrica de 8 mil volts

brasil Brasil Há 23 Horas

Ponte é arrastada pela correnteza enquanto prefeita grava vídeo; veja

fama Demi Moore Há 22 Horas

Filhas de Demi Moore e Bruce Willis combinam biquínis nas férias; veja

esporte Liga dos Campeões Há 22 Horas

Brilho de Vini Jr: Dois gols e uma reverência contra o Bayern de Munique

esporte Ayrton Senna Há 23 Horas

Trinta anos sem Ayrton Senna; relembre momentos marcantes

fama Príncipe William Há 16 Horas

Príncipe William fala dos filhos e do estado de saúde de Kate Middleton

brasil CHUVA-RS Há 14 Horas

Temporais no RS deixam 10 mortos e 21 desaparecidos

mundo RÚSSIA-UCRÂNIA Há 22 Horas

'Castelo do Harry Potter' é destruído após ataque russo no porto de Odessa