Bolsonaro defende cloroquina e volta a lançar dúvidas sobre vacina

"Não desistam do tratamento precoce", afirmou Bolsonaro.

© Andressa Anholete/Getty Images

Política cloroquina 19/01/21 POR Notícias ao Minuto Brasil

Jair Bolsonaro voltou a recomendar o "tratamento precoce" contra o novo coronavírus e a lançar dúvidas em relação à eficácia da vacina aprovada pelas autoridades brasileiras, num vídeo publicado pelo vereador Carlos Bolsonaro, seu filho, na plataforma Telegram, onde não existe revisão de conteúdos enganosos.

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"Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E essa vacina que aí está é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia. Então está liberada a aplicação no Brasil", disse Bolsonaro, segundo a Folha de S.Paulo.

Esta declaração faz parte da comunicação do presidente feita na segunda-feira, mas o trecho em que falava sobre o tratamento precoce e sobre a vacina foi removido antes de ser publicado pelo canal oficial do governo.

Este tratamento precoce, sublinhe-se, inclui os fármacos hidroxicloroquina e ivermectina, ambos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. Didier Raoult, o médico francês que publicou estudos controversos que, na sua perspectiva, demonstravam a eficácia da hidroxicloroquina contra o novo coronavírus, admitiu pela primeira vez que o tratamento não reduz a mortalidade da Covid-19, seis meses depois da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter chegado à mesma conclusão.

Recorde-se que, no sábado, a rede social Twitter marcou como enganosa uma publicação do Ministério da Saúde, indicando que continha "informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19” e ocultando o conteúdo.

Em resposta ao Poder360, a pasta explicou que "o tratamento precoce é uma orientação" e que "cabe, única e exclusivamente, aos médicos decidirem os procedimentos mais adequados para seus pacientes. E a estes aceitarem ou não a orientação".

Esta comunicação também é feita à revelia da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que no domingo, altura em que aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, negou a existência de uma "alternativa terapêutica aprovada disponível para prevenir ou tratar a doença" Covid-19.

Uma disputa política por causa da vacina

A resistência de Bolsonaro para com a vacina CoronaVac é antiga, mas intensificou-se quando o governador do estado de São Paulo, seu antigo apoiante, tomou as rédeas da produção da vacina, ao contrário da posição do governo.

"Então está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não, é do Brasil", disse Bolsonaro na segunda-feira.

O chefe de Estado reforçou desta forma uma disputa política interna contra João Doria, responsável pelo contrato inicial com o laboratório Sinovac, que desenvolveu a CoronaVac e testou no país numa parceria com o Instituto Butantan.

O Butantan comprou a patente do medicamento e deverá fornecer 100 milhões de doses desta vacina ao Governo brasileiro em 2021.

Bolsonaro chegou a declarar publicamente que não compraria a "vacina chinesa do Doria", mas teve de voltar atrás porque mais de 50 países começaram campanhas de imunização contra a Covid-19 à frente do Brasil, ao mesmo tempo em que a pandemia voltou a provocar um número alto de mortes no país, lançando o caos no sistema de saúde de Manaus, capital do estado do Amazonas.

O maior país da América do Sul não tinha aprovado nenhum imunizante contra o novo coronavírus até domingo, quando a Anvisa autorizou o uso emergencial da CornaVac e da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

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