China executa ex-banqueiro condenado à morte por corrupção e bigamia

Ele foi condenado por ter recebido quase 1,8 bilhão de yuans (R$ 1,52 bilhão, na cotação atual) em subornos entre 2008 e 2018, quando também era regulador bancário, e por apropriação indébita de 25,1 milhões de yuans (R$ 21,2 milhões)

© Getty Images

Mundo CHINA-JUSTIÇA 29/01/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As autoridades chinesas executaram, nesta sexta-feira (29), Lai Xiaomin, ex-banqueiro acusado de obter mais de 1 bilhão de yuans em subornos e outras formas de corrupção, assim como de bigamia, informou a televisão estatal CCTV.

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Lai era ex-presidente da Huarong, uma das maiores administradoras de fundos estatais da China, e havia sido condenado à morte no começo da janeiro.

Ele foi condenado por ter recebido quase 1,8 bilhão de yuans (R$ 1,52 bilhão, na cotação atual) em subornos entre 2008 e 2018, quando também era regulador bancário, e por apropriação indébita de 25,1 milhões de yuans (R$ 21,2 milhões).

"Lai Xiaomin era fora da lei e extremamente ganancioso. O dano social foi enorme e os crimes, extremamente graves, e ele deve ser punido severamente de acordo com a lei", disse o tribunal de Tianjin, em sua sentença.

O executivo teve todos os bens confiscados e também foi condenado por bigamia por ter "vivido muito tempo com outras mulheres" fora do casamento, com as quais teve filhos considerados ilegítimos.

Há um ano, Lai fez uma confissão em vídeo transmitida pela TV estatal chinesa em que mostrava imagens de um apartamento em Pequim com armários cheios de maços de dinheiro. A CCTV também exibiu carros luxuosos e barras de ouro que o ex-banqueiro teria recebido como suborno, embora ele tenha dito que não gastou um único centavo. "Não me atrevi a gastar", disse Lai, na ocasião.

O Huarong, banco estatal que Lai presidia, é um dos maiores gestores de inadimplência na China e, junto com outras três empresas, foi criado em 1999 pelo governo para limpar o setor bancário de dívidas consideradas incobráveis. Desde então, o grupo diversificou-se e passou também a atuar nas áreas de investimento, empréstimo e no setor imobiliário.

O banco apoiou a punição. "O tratamento severo a Lai Xiaomin reflete a forte determinação do Comitê Central, com o presidente Xi Jinping como o centro, para administrar o Partido [Comunista] e sua tolerância zero na punição da corrupção", disse a instituição, quando a condenação foi divulgada.

Na decisão pela execução, a Justiça destacou que a maior parte das atividades de combate a esse tipo de crime ocorreu após o 18º Congresso do Partido Comunista, no final de 2012, evento que deu início à ampla campanha anticorrupção que marcou o primeiro mandato de Xi como secretário-geral da organização.

Como um dos alvos dessa campanha, Lai foi expulso do Partido Comunista em 2018, acusado de violar as regras da legenda e de presidir o Huarong "de maneira cega e desordeira".

À época, sua expulsão chamou a atenção de analistas políticos para a possibilidade de o regime ditatorial liderado por Xi ter usado o aparato disciplinar do partido para concentrar poder e se livrar de dissidentes –desde 2012, mais de 1,5 milhão de dirigentes comunistas sofreram algum tipo de sanção.

Casos de subornos raramente resultam em pena de morte, mas o caso de Lai pode ter recebido uma punição mais rigorosa por ter provocado indignação pública e devido aos altos valores envolvidos.

Em 2016, a China fez uma mudança na legislação e aumentou a quantia limite em dinheiro que gera pena de morte a condenados por corrupção. Antes da alteração, poderiam ser punidos com execução aqueles que se apropriassem de ao menos 100 mil yuans (R$ 84,5 mil) provenientes de crimes de corrupção.

Com a nova regra, a pena capital passou a ser uma possibilidade -ainda assim, raramente usada- quando o valor ultrapassar os 3 milhões de yuans (R$ 2,5 milhões).

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