Alvo de Trump, etanol brasileiro vê futuro promissor com Biden

Biden tem prometido um agenda ambiciosa nos biocombustíveis e no combate ao aquecimento global

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Economia ETANOL-NEGÓCIOS 05/03/21 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A agenda ambiental do novo presidente dos EUA, Joe Biden, deve abrir oportunidades para o setor de etanol no Brasil, que vê a possibilidade de um forte aumento de demanda pelo produto na maior economia global.

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Biden deve lançar novas metas de redução de CO2 e prometeu rever políticas do ex-presidente Donald Trump na área de energia. Existe ainda a expectativa que o governo dos EUA invista para possibilitar o aumento da mistura de etanol na gasolina.

"Sabemos que uma redução de emissão de CO2 passa pela modificação do setor de transportes nos EUA", diz André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. "Vemos a oportunidade de uma agenda importante do setor de biocombustíveis nos EUA."

Biden tem prometido um agenda ambiciosa nos biocombustíveis e no combate ao aquecimento global.

O governo americano deve apresentar numa cúpula em 22 de abril suas novas metas de descarbonização, conhecidas como NDCs (contribuições nacionais determinadas, na sigla em inglês).

Para além disso, a administração do democrata já se declarou contrária à concessão de dispensas especiais que refinarias têm recebido para não precisarem misturar biocombustível na gasolina e no diesel.

Essas dispensas foram estimuladas por Trump e influenciam nos baixos índices de mistura que existem nos EUA.

O regime está em análise na Justiça do país, mas o fato de o governo ter declarado sua posição é visto como uma vitória para as cadeias do biodiesel e do etanol.

Nos EUA, a maioria da gasolina comercializada não excede uma mistura de 10% de etanol.

O setor de biocombustíveis pressiona o governo Biden a investir para aumentar a oferta de gasolina com uma proporção de 15% de etanol, o que representaria um boom na procura pelo produto.

O governo Bolsonaro foi avisado por produtores nacionais de que a ampla utilização de uma gasolina com 15% de etanol nos EUA corresponderia a um mercado adicional equivalente à quase totalidade do consumo no Brasil. No país, a mistura obrigatória é de ao menos 25%, e existe há anos um programa de veículos flex.

Embora os EUA sejam o maior produtor do mundo de etanol -fabricado a partir do milho, ao contrário da cana-de-açúcar brasileira- e exista um alto excedente no país, lideranças do setor no Brasil consideram que parte da procura deverá ser suprida pelo mercado internacional.

O Brasil é o segundo maior fabricante de álcool combustível no mundo. Os dois países representam cerca de 80% da produção global.

As expectativas não levam em conta apenas um possível aumento de demanda. O etanol de cana-de-açúcar tem uma melhor pontuação do que o de milho em relação à redução de emissões de CO2.

Evandro Gussi, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), opina que mais importante do que as perspectivas para o setor nos EUA é o fortalecimento da ideia de que o etanol terá um papel importante na luta contra o aquecimento global.

"O etanol está se consolidando como um agente da descarbonização", diz Gussi.

Ele lembra que o Reino Unido anunciou a implantação de uma mistura de 10% do etanol na gasolina do país a partir de 2021. Além do mais, a Índia antecipou em cinco anos a sua meta de adicionar 20% de etanol na gasolina. O novo objetivo é alcançar a mistura até 2025.

O otimismo do setor com a mudança de ares nos EUA contrasta com o período Donald Trump. Ao longo de seu mandato, o republicano adotou políticas para impedir o aumento da mistura de biocombustíveis na gasolina.

Além do mais, em 2020 seu governo fez forte pressão para o Brasil aumentar suas cotas de importação do etanol americano produzido a partir do milho. O movimento de Washington enfrentou resistência do setor nacional.

Próximo a Trump, o presidente Jair Bolsonaro aceitou elevar as cotas de importação de etanol livre de tarifa.

Os acenos incluíram a renovação da cota em setembro de 2020, por apenas três meses, no que foi atendido como uma tentativa de Bolsonaro de beneficiar a campanha pela reeleição de Trump.

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